Para trabalhar com movimento de maneira eficiente precisamos compreender o efeito que nossas atividades t\u00eam na press\u00e3o do corpo, inclusive a press\u00e3o intra abdominal<\/a> da qual tanto falamos na metodologia hipopressiva<\/a>. Existe uma s\u00e9rie de press\u00f5es internas que regulamentam o corpo e, quando alteradas, elas podem causar diversos desequil\u00edbrios.<\/p>\n\n\n\n Ou seja, essas press\u00f5es s\u00e3o como bal\u00f5es no corpo. S\u00e3o tr\u00eas bal\u00f5es ao todo, cada um deles sendo uma das cavidades internas. As cavidades, obviamente, interagem umas com as outras, geralmente altera\u00e7\u00f5es entre elas. As principais cavidades para as colunas de press\u00e3o s\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n Quando a press\u00e3o interna de uma delas muda, as restantes tamb\u00e9m se alteram. Em um corpo que tem seu bom funcionamento fisiol\u00f3gico, essa interdepend\u00eancia leva a um bom gerenciamento das press\u00f5es intracavit\u00e1rias.<\/p>\n\n\n\n Por\u00e9m, muitos corpos n\u00e3o s\u00e3o assim e tem o aumento das press\u00f5es relacionado a patologias.<\/p>\n\n\n\n Quando fazemos um movimento que tira a coluna vertebral do seu equil\u00edbrio est\u00e1tico ativamos um reflexo que chamamos de \u201cajuste postural antecipat\u00f3rio\u201d. Antes de tudo aviso: ele acontece antes <\/strong>de qualquer movimento, mais ou menos 20 milisegundos antes para ser exata.<\/p>\n\n\n\n Nesse momento a press\u00e3o intra abdominal (PIA) aumenta para dar estabilidade \u00e0 coluna vertebral.<\/p>\n\n\n\n Apesar de tudo, \u00e9 um mecanismo simples. Os m\u00fasculos estabilizadores s\u00e3o pr\u00e9-ativados pelo c\u00f3rtex cerebral e trabalham em sincronia. Sua contra\u00e7\u00e3o \u00e9 respons\u00e1vel por criar uma alavanca flexora da coluna vertebral.<\/p>\n\n\n\n De acordo com pesquisas de Hodges e outros pesquisadores, os principais m\u00fasculos nessa a\u00e7\u00e3o seriam:<\/p>\n\n\n\n Al\u00e9m disso, pesquisas demonstram que existem outras musculaturas atuando juntamente e essa acima. Elas se ativam tanto no processo respirat\u00f3rio quanto na postura. Chamamos esse fen\u00f4meno de ativa\u00e7\u00e3o da s\u00e9rie muscular.<\/p>\n\n\n\n A atividade postural antecipada respons\u00e1vel por uma flex\u00e3o da coluna tamb\u00e9m gera uma pr\u00e9-compensa\u00e7\u00e3o por uma alavanca extensora. Isso acontece pela contra\u00e7\u00e3o de m\u00fasculos extensores do tronco e paravertebrais.<\/p>\n\n\n\n Portanto, podemos dizer que existe um reflexo pr\u00e9 antecipat\u00f3rio que dispara antes mesmo do outro. Sem a combina\u00e7\u00e3o das alavancas flexoras e extensoras, a coluna vertebral n\u00e3o consegue manter sua estabilidade.<\/p>\n\n\n\n De acordo com Hodges e outros, a PIA \u00e9 essencial para a manuten\u00e7\u00e3o da postura. Ela \u00e9 aumentada pela contra\u00e7\u00e3o desses m\u00fasculos que realizam os reflexos antes do movimento. Essa rela\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m pode ocorrer ao inverso: quando existe um aumento da PIA os m\u00fasculos relacionados \u00e0 estabiliza\u00e7\u00e3o da coluna tamb\u00e9m se contraem.<\/p>\n\n\n\n Esse \u00e9 o funcionamento de uma coluna de press\u00e3o no corpo chamada de p\u00f3sturo-respirat\u00f3ria muscular. Al\u00e9m disso, existe a coluna press\u00f3rica visceral. Ela acontece pela a\u00e7\u00e3o do diafragma tor\u00e1cico que cria um pist\u00e3o que produz movimentos viscerais sistem\u00e1ticos e repetitivos. Isso serve para dissipar press\u00f5es, proteger as v\u00edsceras e ajudar o retorno de sangue venoso e linf\u00e1tico.<\/p>\n\n\n\n As press\u00f5es intracavit\u00e1rias e colunas de press\u00e3o ajudam a manter o controle postural. Por isso, elas tamb\u00e9m atuam na respira\u00e7\u00e3o ou qualquer outra atividade que leve a um aumento da PIA. Alguns exemplos s\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n A PIA tamb\u00e9m atua na press\u00e3o anti refluxo e na respira\u00e7\u00e3o diafragm\u00e1tica.<\/p>\n\n\n\n Nesse segundo caso, \u00e9 preciso que aconte\u00e7a um aumento das press\u00f5es para que o diafragma tenha uma contra\u00e7\u00e3o correta. A PIA aumenta durante a descida do diafragma, mantendo seu centro fr\u00eanico em posi\u00e7\u00e3o alta e ajudando as fibras externas a aderirem \u00e0 caixa tor\u00e1cica.<\/p>\n\n\n\n \u00c9 esse contato com as costelas que gera o mecanismo de alavanca e o movimento de al\u00e7a de balde das costelas.<\/p>\n\n\n\n Ou seja, a respira\u00e7\u00e3o seria imposs\u00edvel sem a a\u00e7\u00e3o da press\u00e3o intra-abdominal. A respira\u00e7\u00e3o s\u00f3 acontece sem essa a\u00e7\u00e3o quando \u00e9 realizada pelos m\u00fasculos intercostais, tornando-se uma respira\u00e7\u00e3o tor\u00e1cica, mas perde muito da sua efici\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n As v\u00edsceras abdominais tamb\u00e9m ganham mobilidade gra\u00e7as ao pist\u00e3o diafragm\u00e1tico durante a respira\u00e7\u00e3o. Toda vez que respiramos elas se adaptam para dissipar a press\u00e3o e proteger os elementos nobres que existem na regi\u00e3o como vasos e estruturas nervosas.<\/p>\n\n\n\n A PIA tamb\u00e9m faz com que o mecanismo anti refluxo funcione. O diafragma crural entra em contra\u00e7\u00e3o com o aumento da PIA. Al\u00e9m disso, as fibras dessa musculatura que cercam o hiato esof\u00e1gico ajudam no fechamento para impedir que o conte\u00fado g\u00e1strico retorne ao es\u00f4fago.<\/p>\n\n\n\n A PIA \u00e9 respons\u00e1vel por regular o fluxo do sangue venoso entre o abd\u00f4men e o t\u00f3rax. O diafragma realiza um movimento r\u00edtmico na cavidade abdominal que alterna entre bloqueios e libera\u00e7\u00e3o do fluxo do sangue. \u00c9 como se realizasse o bombeamento do mesmo.<\/p>\n\n\n\n O mesmo acontece com o fluxo de sangue venoso dos membros inferiores para o abd\u00f4men.<\/p>\n\n\n\n Sem a atua\u00e7\u00e3o da PIA permite que todas essas fun\u00e7\u00f5es aqui mencionadas aconte\u00e7am. Quando ela est\u00e1 alterada elas podem ser parcialmente comprometidas. Seu aumento deve ser transit\u00f3rio, se for cr\u00f4nico <\/a> e permanente veremos dist\u00farbios funcionais, falha nos \u00f3rg\u00e3os e alguns casos podem ser fatais.<\/p>\n\n\n\n A PIA pode ser medida por via intra bexigal quando o paciente encontra-se em posi\u00e7\u00e3o deitada com os abdominais relaxados. Nessa posi\u00e7\u00e3o, considera-se um aumento patol\u00f3gico quando est\u00e1 igual ou acima de 12mm de hg.<\/p>\n\n\n\n Quando a pessoa apresenta valores maiores estamos lidando com um caso de hipertens\u00e3o abdominal. Assim, acima de 20mm de hg existe a S\u00edndrome Compartimental Abdominal. Quando existe a hipertens\u00e3o ou S\u00edndrome Compartimental o paciente precisa de descompress\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n De acordo com alguns autores, o abd\u00f4men funciona da mesma maneira que um sistema hidr\u00e1ulico. Sua press\u00e3o interna normal varia de 5 a 7mm de hg.<\/p>\n\n\n\n De acordo com Cernea, mais de 10mm de hg j\u00e1 provoca danos para os \u00f3rg\u00e3os intra e extra-abdominais. Bem como, o sistema nervoso central tamb\u00e9m sofre com um aumento de press\u00f5es intracavit\u00e1rias.<\/p>\n\n\n\n N\u00e3o existe um consenso sobre os valores normais e patol\u00f3gicos das press\u00f5es intracavit\u00e1rias. Mesmo assim, pequenas varia\u00e7\u00f5es s\u00e3o o suficiente para criar uma situa\u00e7\u00e3o patol\u00f3gica no corpo.<\/p>\n\n\n\n Parece que o aumento da PIA tem efeitos no corpo n\u00e3o somente por seus valores, mas tamb\u00e9m pelo tempo que permanece aumentada. Ou seja, os valores da PIA podem aumentar temporariamente sem causar danos. Mas quando esse aumento deixa de ser transit\u00f3rio, ele compromete a homeostasia e gera um quadro patol\u00f3gico.<\/p>\n\n\n\n Assim, quanto maior for o tempo em que a press\u00e3o intra-abdominal permanecer aumentada, maior ser\u00e1 seu impacto sobre a sa\u00fade. De acordo com pesquisas, mesmo pequenos aumentos da PIA causam danos graves no corpo se permanecerem por muito tempo.<\/p>\n\n\n\n As press\u00f5es intracavit\u00e1rias deveriam ser um mecanismo para favorecer a respira\u00e7\u00e3o, o controle postural e a circula\u00e7\u00e3o venosa. Em alguns casos, elas se tornam uma bomba que pode causar uma s\u00e9rie de problemas para o corpo de acordo com o tempo de aumento.<\/p>\n\n\n\nComo funcionam as Press\u00f5es Intracavit\u00e1rias e press\u00e3o intra abdominal?<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Nenhum m\u00fasculo que existe na s\u00e9rie \u00e9 totalmente aut\u00f4nomo. Portanto, quando um deles se contrai o restante \u00e9 ativado por sinergia.<\/h4>\n\n\n\n
Funcionamento das Coluna de Press\u00e3o<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Outras fun\u00e7\u00f5es da press\u00e3o intra abdominal<\/h3>\n\n\n\n
Altera\u00e7\u00f5es que ocorrem nas Press\u00f5es Intracavit\u00e1rias<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Alguns exemplos s\u00e3o:<\/h4>\n\n\n\n
Conclus\u00e3o<\/strong><\/h2>\n\n\n\n