Neste texto proponho a voc\u00eas que esque\u00e7amos nossos m\u00fasculos, e olhemos a biomec\u00e2nica articular dos movimentos. Dessa forma, buscaremos um novo entendimento corporal atrav\u00e9s dessa vis\u00e3o e do conhecimento dos vetores articulares.<\/p>\n\n\n\n
Falamos muito em m\u00fasculos, mas esquecemos que eles movem vetores articulares. Agora voc\u00ea deve estar se perguntando:<\/p>\n\n\n\n
Que legal, mas o que isso tem a ver com o Pilates?<\/em><\/p>\n\n\n\n Ao final do texto voc\u00ea encontrar\u00e1 a resposta. O que posso adiantar \u00e9: os vetores articulares t\u00eam tudo<\/strong> a ver com o m\u00e9todo Pilates<\/a>.<\/p>\n\n\n\n A vis\u00e3o explicada nesse artigo te ajudar\u00e1 a ter uma nova \u00f3tica mec\u00e2nica. Portanto, os vetores s\u00e3o analisados buscando a verifica\u00e7\u00e3o dos espa\u00e7os articulares. Sabemos que neles est\u00e3o baseadas as alavancas corporais.<\/p>\n\n\n\n A busca pela percep\u00e7\u00e3o vetorial das articula\u00e7\u00f5es \u00e9 feita buscando a perfeita explora\u00e7\u00e3o de sua mobilidade para a conquista da estabilidade corporal.<\/p>\n\n\n\n Entendendo as for\u00e7as vetoriais, vetores nada mais s\u00e3o do que grandezas vetoriais X grandezas escalares.<\/p>\n\n\n\n Dessa forma, vetor \u00e9 um ente matem\u00e1tico que possui: intensidade ou m\u00f3dulo, dire\u00e7\u00e3o e sentido:<\/p>\n\n\n\n A dire\u00e7\u00e3o pode ser horizontal ou vertical e o sentido pode ser para a direita ou para a esquerda. O m\u00f3dulo ou intensidade \u00e9 igual a 10 Newtons (N). As grandezas escalares (ex: tempo (s) ou massa (kg)).<\/p>\n\n\n\n Na grandeza vetorial precisamos de intensidade, dire\u00e7\u00e3o e sentido (ex: forca, deslocamento, velocidade).<\/p>\n\n\n\n Os vetores podem ser iguais de mesmo m\u00f3dulo, dire\u00e7\u00e3o e sentido. Tamb\u00e9m existem vetores opostos, que s\u00e3o os de mesmo m\u00f3dulo e dire\u00e7\u00e3o, mas sentidos opostos. Lidamos com os dois tipos de vetores, dependendo do sentido da mola utilizada no nosso exerc\u00edcio, conforme explicarei abaixo:<\/p>\n\n\n\n Quando temos um sistema quadriculado, que \u00e9 o caso do Cadillac com suas barras horizontais e verticais, estamos diante de um sistema de soma de vetores dentro do m\u00e9todo poligonal. Portanto, calculamos a for\u00e7a resultante dos vetores atrav\u00e9s da formula de Pit\u00e1goras.<\/p>\n\n\n\n A soma dos quadrados dos catetos \u00e9 igual a hipotenusa ao quadrado.<\/strong> Usamos essa f\u00f3rmula quando estamos diante de \u00e2ngulos de 90 graus, que \u00e9 na maioria das vezes o caso dos exerc\u00edcios realizados no Cadillac.<\/p>\n\n\n\n Obviamente n\u00e3o precisamos calcular os exerc\u00edcios. Mas para que dominemos o Cadillac, por exemplo, h\u00e1 necessidade de pelo menos conhecermos os vetores, para posicionarmos corretamente a mola.<\/p>\n\n\n\n O primeiro vetor de Klauss descreve nosso apoio ao solo. Al\u00e9m disso, \u00e9 a primeira preocupa\u00e7\u00e3o de Joseph Pilates em seu trabalho, sendo o trabalho dos footworks<\/a> essenciais para Joseph.<\/p>\n\n\n\n Klauss nomeou esse como vetor articular do metatarso.<\/p>\n\n\n\n Antes de descrevermos esse vetor faremos uma breve revis\u00e3o anat\u00f4mica dele.<\/p>\n\n\n\n As Articula\u00e7\u00f5es do Tarso<\/strong>: a articula\u00e7\u00e3o talus-calcanea \u00e9 uma articula\u00e7\u00e3o complexa, pois combinam dois tipos articulares:<\/p>\n\n\n\n O que permite a essa articula\u00e7\u00e3o movimentos combinados como os de: supina\u00e7\u00e3o e prona\u00e7\u00e3o, al\u00e9m de sua parte sinovial permitir a acomoda\u00e7\u00e3o dos arcos plantares ao solo.<\/p>\n\n\n\n As Articula\u00e7\u00f5es Tarsometatarsiais<\/strong>: alguns autores a consideram como anfiartroses (articula\u00e7\u00e3o capaz apenas de movimenta\u00e7\u00e3o reduzida, e que n\u00e3o disp\u00f5e de cavidade articular nem de membrana sinovial, s\u00e3o formadas por tecido conjuntivo) outros a classificam como sinovial plana.<\/p>\n\n\n\n Os ossos que formam essa articula\u00e7\u00e3o s\u00e3o: o primeiro e o terceiro cuneiforme, e com o cuboide, que se articula com as bases dos ossos do metatarso.<\/p>\n\n\n\n O primeiro osso do metatarso se articula com o primeiro cuneiforme. J\u00e1 o segundo metatarso por ser extremamente cravado entre o primeiro e o terceiro cuneiforme. Portanto o terceiro metatarso e o terceiro cuneiforme se articulam e o quarto metatarso articula-se com o cuboide, al\u00e9m do terceiro cuneiforme. O quarto metatarso com cuboide e o terceiro cuneiforme, e por fim o quinto metatarso com o cuboide.<\/p>\n\n\n\n A base do primeiro metatarso n\u00e3o est\u00e1 unida com a base do segundo metatarso por qualquer ligamento.<\/p>\n\n\n\n Sabemos, que a forma\u00e7\u00e3o do arco medial do p\u00e9 \u00e9 formado entre o primeiro e o quinto metatarso e o arco longitudinal. Dessa forma, entre o calc\u00e2neo e a base dos metatarsos temos o primeiro vetor de for\u00e7a. Ele descreve a import\u00e2ncia de mantermos as dist\u00e2ncias articulares dentre os cinco ossos dos metatarsos.<\/p>\n\n\n\n A partir desse vetor buscamos uma distribui\u00e7\u00e3o de peso adequada dentro do nosso pol\u00edgono de sustenta\u00e7\u00e3o formado por tr\u00eas pontos:<\/p>\n\n\n\n Assim conseguimos oferecer uma base de sustenta\u00e7\u00e3o adequada para nosso corpo.<\/p>\n\n\n\n Esse vetor \u00e9 ativado com a press\u00e3o do vetor metatarso ao solo, empurrando-o, e utilizando-se do Lei de Newton de a\u00e7\u00e3o e rea\u00e7\u00e3o. Tornar-se-\u00e1 ent\u00e3o um apoio ativo, caso ampliemos esses apoios ao solo.<\/p>\n\n\n\n Os mesmos tornaram-se verdadeiros amortecedores corporais. Assim, os arcos plantares ser\u00e3o ativados se utilizarmos do ch\u00e3o nos empurrando e n\u00e3o ao contr\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n Assim intensificamos a estabilidade gerando um t\u00f4nus muscular adequado para que esse vetor articular seja bem explorado. Temos que manter esse vetor articular ativo toda vez que trabalhamos com nossos alunos durante nossas aulas de Pilates em todos exerc\u00edcios realizados em p\u00e9.<\/p>\n\n\n\n Faz parte de um dos pontos de nosso tri\u00e2ngulo de sustenta\u00e7\u00e3o. Portanto, sua dire\u00e7\u00e3o vertical ao solo o torna constante pela a\u00e7\u00e3o gravitacional.<\/p>\n\n\n\n Esse segundo vetor consiste em mantermos uma for\u00e7a de direcionamento interno do calc\u00e2neo. Dessa forma, a for\u00e7a ocasiona uma discreta rota\u00e7\u00e3o do f\u00eamur para fora, acionando os rotadores internos proporcionando a estabilidade da articula\u00e7\u00e3o coxofemoral.<\/p>\n\n\n\n Automaticamente, os calc\u00e2neos se conectam aos \u00edsquios. De forma articular isso significa uma liga\u00e7\u00e3o \u00edntima entre p\u00e9s e quadril<\/a>. No entanto, esse vetor \u00e9 m\u00f3vel, e em determinadas situa\u00e7\u00f5es pode ser aplicado no sentido oposto.<\/p>\n\n\n\n Ou seja, os joelhos devem sempre estar alinhados e voltados para a frente. A dire\u00e7\u00e3o sai da base, e no sentido oposto esse vetor do calc\u00e2neo poder\u00e1 estar direcionado para fora. Nesse caso, uma discreta rota\u00e7\u00e3o interna do f\u00eamur reverbera, acionando assim os rotadores externos do quadril para a estabilidade.<\/p>\n\n\n\n Dessa forma, a mobilidade da articula\u00e7\u00e3o coxofemoral resulta na interdepend\u00eancia entre membros inferiores e quadril.<\/p>\n\n\n\n S\u00ednfise p\u00fabica \u00e9 uma articula\u00e7\u00e3o semim\u00f3vel que une o p\u00fabis formando a bacia (cintura p\u00e9lvica). A bacia \u00e9 formada pelo sacro e c\u00f3ccix, e dois ossos do quadril (os il\u00edacos).<\/p>\n\n\n\n Cada osso, por sua vez, \u00e9 composto por tr\u00eas ossos compactados: \u00edlio, \u00edsquio e o osso p\u00fabico.<\/p>\n\n\n\n O terceiro vetor est\u00e1 relacionado com a pelve. Portanto, ele causa um ligeiro direcionamento do p\u00fabis para cima acionando automaticamente os m\u00fasculos abdominais.<\/p>\n\n\n\n Assim, esse vetor est\u00e1 diretamente ligado a distribui\u00e7\u00e3o do peso normal que se d\u00e1 na pelve. Al\u00e9m disso, ele interfere na tonicidade dos m\u00fasculos do assoalho p\u00e9lvico<\/a> e gl\u00fateos.<\/p>\n\n\n\nVetores<\/strong> articulares<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Os vetores articulares do corpo<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Primeiro vetor: Metatarso<\/strong><\/h3>\n\n\n\n
Articula\u00e7\u00f5es Intermetatarsais e vetores articulares:<\/strong><\/h3>\n\n\n\n
Segundo vetor: Calc\u00e2neo<\/strong><\/h3>\n\n\n\n
O P\u00fabis e vetores articulares<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Terceiro vetor: P\u00fabis<\/strong><\/h3>\n\n\n\n