A di\u00e1stase dos retos abdominais est\u00e1 na moda e ouvimos muitos influencers e profissionais do movimento falando a respeito. No entanto, come\u00e7amos errado se queremos conseguir tratar o problema, j\u00e1 que existe muito mais envolvido que somente os m\u00fasculos do abd\u00f4men! <\/p>\n\n\n\n
Afinal de contas, s\u00e3o pessoas que chegam no Studio de Pilates procurando uma solu\u00e7\u00e3o tanto est\u00e9tica quanto para sua sa\u00fade. A di\u00e1stase pode afetar at\u00e9 a autoestima feminina, portanto \u00e9 importante saber trata-las.<\/p>\n\n\n\n
E nada melhor para oferecer um tratamento eficiente que o conhecimento. Por isso, separei aqui nesse artigo algumas informa\u00e7\u00f5es sobre as di\u00e1stases e motivos de seu surgimento para percebermos que a di\u00e1stase dos retos abdominais \u00e9 muito mais que isso. <\/p>\n\n\n\n
Quer saber de tudo isso? Continue lendo!<\/p>\n\n\n\n
Conforme mencionei acima, e j\u00e1 falei v\u00e1rias vezes nas redes sociais<\/a>, hoje sabemos que a di\u00e1stase dos retos abdominais tem muito mais envolvido que somente uma fraqueza muscular. Portanto, precisamos entender como funciona a biomec\u00e2nica dos m\u00fasculos do abd\u00f4men e porque isso est\u00e1 relacionado com a di\u00e1stase.<\/p>\n\n\n\n Os retos abdominais s\u00e3o m\u00fasculos que ficam \u00e0 frente do tronco e na camada muscular superficial dos m\u00fasculos abdominais. Suas fibras s\u00e3o predominantemente vermelhas, mas entrecortadas por \u00e1reas n\u00e3o contr\u00e1teis fascial.<\/p>\n\n\n\n Esses m\u00fasculos est\u00e3o recobertos pela bainha do reto do abdome, que mant\u00e9m sua posi\u00e7\u00e3o. Dessa forma, ela \u00e9 formada pelas aponeuroses do:<\/p>\n\n\n\n Al\u00e9m disso, a musculatura \u00e9 longa e aplanada, recobrindo toda a face anterior do abdome. Ele \u00e9 intercedido por faixas fibrotendinosas chamadas de interse\u00e7\u00f5es tend\u00edneas, mas sua quantidade varia de pessoa para pessoa.<\/p>\n\n\n\n Conforme vimos, os retos do abd\u00f4men s\u00e3o os respons\u00e1veis pelo enrolamento da unidade tronco. Portanto, realizam a eleva\u00e7\u00e3o do p\u00fabis em dire\u00e7\u00e3o ao umbigo e abaixam o esterno.<\/p>\n\n\n\n Al\u00e9m disso, essa \u00e9 uma zona de converg\u00eancias de for\u00e7as importantes. Portanto, com esse enrolamento indiretamente mobilizaremos a coluna vertebral<\/a> de forma retificadora em sua regi\u00e3o tor\u00e1cica baixa e lombar.<\/p>\n\n\n\n Por fazer parte da Cadeia muscular de Flex\u00e3o do Tronco, esses grandes m\u00fasculos s\u00e3o respons\u00e1veis pelos rolamentos realizados no Pilates<\/a>, ou seja, tais movimentos envolvem sua contra\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n Quando existe excesso de tens\u00e3o, o reto vira um m\u00fasculo que impede a extens\u00e3o do tronco por causa da falta de flexibilidade.<\/p>\n\n\n\n Por isso, \u00e9 comum precisarmos flexibilizar esse m\u00fasculo. Isso acontece porque for\u00e7as viscerais centr\u00edpetas nos puxam para o enrolamento. Al\u00e9m disso, h\u00e1bitos de vida tamb\u00e9m geram a posi\u00e7\u00e3o, como:<\/p>\n\n\n\n O que precisamos saber \u00e9 que s\u00e3o os retos abdominais que ao contrair-se empurram as v\u00edsceras abdominais para dentro. Portanto, geram aumento da press\u00e3o intracavit\u00e1ria.<\/p>\n\n\n\n S\u00e3o os m\u00fasculos nas laterais do tronco que se op\u00f5e ao reto do abd\u00f4men, ou seja, os m\u00fasculos largos. Existem tr\u00eas deles dispostos nas camadas:<\/p>\n\n\n\n \u00c9 o musculo mais profundo de todos os m\u00fasculos largos e tem sua origem na:<\/p>\n\n\n\n Sua inser\u00e7\u00e3o fica nas bordas inferiores das \u00faltimas 3 costelas e na linha alba estendendo-se inferiormente sobre o ligamento inguinal acompanhando a prega inguinal.<\/p>\n\n\n\n Al\u00e9m disso, \u00e9 cortado pela frente pela potente linha alba e por tr\u00e1s pela f\u00e1scia t\u00f3raco lombar. O peri\u00f3dico JOSPT j\u00e1 fala sobre essa interdepend\u00eancia h\u00e1 cerca de 10 anos e temos motivos o suficiente para acreditar nela.<\/p>\n\n\n\n Acredito ainda na exist\u00eancia de dois m\u00fasculos transversos: o Transverso direito e o Transverso esquerdo.<\/p>\n\n\n\n Portanto, discordo do comando de levar o umbigo para a coluna<\/a>. Afinal de contas, isso s\u00f3 acontece com a colabora\u00e7\u00e3o dos retos abdominais, j\u00e1 que o Transverso n\u00e3o realiza esse movimento.<\/p>\n\n\n\n N\u00e3o h\u00e1 fibras musculares do Transverso \u00e0 frente do umbigo, temos somente todo tecido aponeur\u00f3tico da linha alba que n\u00e3o \u00e9 contr\u00e1til. Al\u00e9m disso, h\u00e1 um engano sobre a contra\u00e7\u00e3o do Transverso.<\/p>\n\n\n\n O Transverso tamb\u00e9m n\u00e3o atua na pelve por sua disposi\u00e7\u00e3o de fibras horizontais.<\/p>\n\n\n\n Na verdade, ele \u00e9 dos m\u00fasculos do abd\u00f4men que menos atua sobre o esqueleto. Sua principal a\u00e7\u00e3o est\u00e1 relacionada \u00e0s quest\u00f5es viscerais, incluindo:<\/p>\n\n\n\n Dessa forma, vemos que o m\u00fasculo tem uma atua\u00e7\u00e3o importante sobre as v\u00edsceras<\/a>. Ao se contrair ele diminui o di\u00e2metro da cintura, podendo aumentar consideravelmente a press\u00e3o intra-abdominal<\/a>. Somada a esse aumento de press\u00e3o, a a\u00e7\u00e3o gravitacional empurra as v\u00edsceras para baixo.<\/p>\n\n\n\n As linhas inferiores do Transverso ao se contrair refor\u00e7am a borda do ligamento inguinal, tamb\u00e9m conhecido como ligamento de Poupart. Essa \u00e9 a parte inferior e tend\u00ednea da aponeurose do m\u00fasculo obl\u00edquo externo do abd\u00f4men.<\/p>\n\n\n\n Esse ligamento se estende da espinha il\u00edaca \u00e2ntero-superior at\u00e9 o tub\u00e9rculo p\u00fabico. Sua margem livre, ou ter\u00e7o medial, denominada arco inguinal superficial<\/strong>, refor\u00e7a a conten\u00e7\u00e3o da parte inferior do abd\u00f4men. Portanto, ajuda a conter as v\u00edsceras.<\/p>\n\n\n\n Al\u00e9m disso ele traz sua contra\u00e7\u00e3o para a crista il\u00edaca de forma ascendente. Assim, forma uma cintura fininha realizada pelas fibras m\u00e9dias do Transverso que s\u00e3o horizontais.<\/p>\n\n\n\n Ainda mais: suas fibras inferiores protegem os \u00f3rg\u00e3os da pelve menor das diferen\u00e7as press\u00f3ricas ocorridas a todo momento. Ao realizar uma contra\u00e7\u00e3o, elas alargam as cristas il\u00edacas, o famoso comando do sorriso dado por Lolita de San Miguel.<\/p>\n\n\n\n Suas fibras superiores direcionam-se para baixo e para fora realizando o sutil fechamento das costelas. Por terem um ventre e um comprimento muscular pequeno, n\u00e3o realizam um grande fechamento das costelas.<\/p>\n\n\n\n Levando todos os autores e pesquisas atuais em considera\u00e7\u00e3o, tenho uma sugest\u00e3o quanto ao novo comando a ser dado. Pesquisas mec\u00e2nicas recentes indicam que a forma\u00e7\u00e3o de uma cintura fininha \u00e9 o melhor comando.<\/p>\n\n\n\n Isso deve ser feito sem empurrarmos as v\u00edsceras para baixo, esquecendo a contra\u00e7\u00e3o do assoalho p\u00e9lvico<\/a>. Dessa forma, ocorre a contra\u00e7\u00e3o dos m\u00fasculos do abd\u00f4men somada a for\u00e7a gravitacional, que empurraram as v\u00edsceras para baixo fadigando os m\u00fasculos perineais.<\/p>\n\n\n\n Quero aqui fazer um adendo para que entendam o porqu\u00ea de n\u00e3o solicitar os m\u00fasculos perineais. Alguns autores identificaram um aumento da atividade eletroneuromiogr\u00e1fica dos m\u00fasculos abdominais durante a contra\u00e7\u00e3o do assoalho p\u00e9lvico. Portanto, ocorreu contra\u00e7\u00e3o sem qualquer a\u00e7\u00e3o da musculatura abdominal.<\/p>\n\n\n\n Ou seja, a contra\u00e7\u00e3o do abd\u00f4men leva a uma contra\u00e7\u00e3o do m\u00fasculo pubococcigeo. Isso estabiliza e mant\u00e9m o colo vesical na posi\u00e7\u00e3o retropubica, facilitando a igualdade das press\u00f5es transmitidas da cavidade abdominal ao colo vesical e uretra proximal. Essas a\u00e7\u00f5es mant\u00e9m a contin\u00eancia urin\u00e1ria<\/a>.<\/p>\n\n\n\n A sinergia entre os M\u00fasculos do Assoalho P\u00e9lvico e os abdominais possibilita o desenvolvimento de uma press\u00e3o de fechamento adequada e importante para manter:<\/p>\n\n\n\n Alguns estudos mostram que, durante a contra\u00e7\u00e3o volunt\u00e1ria do Assoalho P\u00e9lvico, ocorre uma co-ativa\u00e7\u00e3o dos m\u00fasculos transversos abdominais, obl\u00edquo interno, obl\u00edquo externo e reto abdominal. Portanto, a press\u00e3o esfincteriana aumenta com essa ativa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n Um estudo realizado a respeito da sinergia abd\u00f4mino p\u00e9lvica diz que aumentos repentinos na press\u00e3o intra-abdominal, levam a uma r\u00e1pida atividade reflexa dos m\u00fasculos do assoalho p\u00e9lvico, (reflexo guardi\u00e3o).<\/p>\n\n\n\n Deve-se considerar, no entanto, que esse aumento repentino, quando ocorre por uma manobra intr\u00ednseca (tosse, por exemplo) incluem a ativa\u00e7\u00e3o via retroalimenta\u00e7\u00e3o da musculatura do assoalho p\u00e9lvico como parte de um complexo padr\u00e3o de ativa\u00e7\u00e3o muscular.<\/p>\n\n\n\n Acredita-se que a tosse e o espirro s\u00e3o gerados por um padr\u00e3o individual dentro do tronco cerebral. Assim, a ativa\u00e7\u00e3o dos M\u00fasculos do Assoalho P\u00e9lvico \u00e9 uma co-ativa\u00e7\u00e3o pr\u00e9via, e n\u00e3o primariamente uma rea\u00e7\u00e3o “reflexa” ao aumento da press\u00e3o intra-abdominal.<\/p>\n\n\n\n Al\u00e9m disso, pode haver uma resposta adicional dos M\u00fasculos do Assoalho P\u00e9lvico em rela\u00e7\u00e3o ao aumento da press\u00e3o abdominal devido \u00e0 distens\u00e3o de seus fusos musculares.<\/p>\n\n\n\n Outros autores afirmaram que o aumento da press\u00e3o de fechamento da uretra e do \u00e2nus ocorre imediatamente antes do aumento da press\u00e3o intra-abdominal. Nos eventos de tossir e espirrar, o diafragma, os m\u00fasculos abdominais e o assoalho p\u00e9lvico s\u00e3o ativados de forma pr\u00e9-programada pelo sistema nervoso central.<\/p>\n\n\n\n Este fato sugere que a ativa\u00e7\u00e3o dos m\u00fasculos do per\u00edneo n\u00e3o acontecem em resposta ao aumento da press\u00e3o intra-abdominal, sendo antes produzida por mecanismos nervosos centrais que podem ser eventualmente regulados pela vontade.<\/p>\n\n\n\n Algumas investiga\u00e7\u00f5es demonstram que o aumento da PIA precede a contra\u00e7\u00e3o autom\u00e1tica do Assoalho P\u00e9lvico. Dessa forma, sua contra\u00e7\u00e3o antes do aumento intra-abdominal indica que a resposta \u00e9 pr\u00e9-programada.<\/p>\n\n\n\n A atividade antecipada n\u00e3o pode ser de uma resposta reflexa a uma entrada aferente por causa do aumento da press\u00e3o abdominal. Esse aumento \u00e9 tudo que n\u00e3o queremos durante nossa pr\u00e1tica de Pilates. Afinal, parece ser a grande vil\u00e3 das dores lombares. <\/p>\n\n\n\n O obl\u00edquo interno pertence a camada intermediaria dos m\u00fasculos largos e s\u00e3o dois: direito e esquerdo.<\/p>\n\n\n\n Tem sua origem na:<\/p>\n\n\n\n Sua inser\u00e7\u00e3o \u00e9 nas Bordas inferiores das \u00faltimas 3 costelas e linha alba. Sua a\u00e7\u00e3o inclui fletir e rodar o tronco para o mesmo lado. Al\u00e9m disso, ajuda na expira\u00e7\u00e3o for\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n Seu direcionamento de fibras vermelhas circundam a cintura, numa dire\u00e7\u00e3o para cima e de tr\u00e1s para a frente da pelve at\u00e9 as costelas. Sua a\u00e7\u00e3o mais potente est\u00e1 exatamente acima do umbigo e ao contrair comprimir as v\u00edsceras.<\/p>\n\n\n\n Por fim, tamb\u00e9m refor\u00e7a a borda do ligamento inguinal contribuindo para a conten\u00e7\u00e3o inferior do abd\u00f4men.<\/p>\n\n\n\n \u00c9 um m\u00fasculo amplo, plano e quadrangular. Mais extenso em sua parte ventral que na parte dorsal.<\/p>\n\n\n\n Recobre a face lateral do abdome com sua por\u00e7\u00e3o muscular e a face anterior com sua por\u00e7\u00e3o aponeur\u00f3tica. Tem a sua origem: da 5\u00b0 a 12\u00b0 costelas (bordas inferiores). Sua inser\u00e7\u00e3o est\u00e1 na: crista il\u00edaca, ligamento inguinal e l\u00e2mina anterior da bainha do reto abdominal. Suas aponeuroses se unem \u00e0 linha alba.<\/p>\n\n\n\n Realiza a compress\u00e3o do abd\u00f4men, al\u00e9m de fletir e rodar o tronco para o lado oposto; auxiliando tamb\u00e9m na expira\u00e7\u00e3o for\u00e7ada. Al\u00e9m disso, os obl\u00edquos externos s\u00e3o capazes de direcionar as v\u00edsceras de cima para baixo pelo seu direcionamento de fibras.<\/p>\n\n\n\n S\u00e3o eles os respons\u00e1veis em sua contra\u00e7\u00e3o sim\u00e9trica pela di\u00e1stase pois tracionam a linha alba em sentidos opostos. A contra\u00e7\u00e3o do Transverso traciona a linha alba num direcionamento horizontal, por sua disposi\u00e7\u00e3o de fibras.<\/p>\n\n\n\n O obl\u00edquo externo afasta a linha alba obliquamente em sua regi\u00e3o superior para baixo. E o obliquo interno atua na regi\u00e3o infra umbilical tracionando a linha alba num direcionamento cef\u00e1lico.<\/p>\n\n\n\nReto abdominal<\/strong><\/h3>\n\n\n\n
Caracter\u00edsticas do reto do abd\u00f4men<\/h3>\n\n\n\n
Os m\u00fasculos largos<\/strong> envolvidos na di\u00e1stase dos retos abdominais<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Transverso do abd\u00f4men<\/strong><\/h3>\n\n\n\n
Detalhes sobre a contra\u00e7\u00e3o do transverso<\/h4>\n\n\n\n
A\u00e7\u00f5es do transverso e suas fibras<\/strong><\/h3>\n\n\n\n
Comando para contra\u00e7\u00e3o de musculaturas abdominais<\/h3>\n\n\n\n
Sinergia muscular na di\u00e1stase dos retos abdominais<\/h2>\n\n\n\n
Outras consequ\u00eancias do aumento de press\u00e3o intra-abdominal<\/h4>\n\n\n\n
Obl\u00edquo interno e seu papel na di\u00e1stase dos retos abdominais<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
Obl\u00edquo externo<\/strong><\/h2>\n\n\n\n
A\u00e7\u00e3o dos m\u00fasculos largos sobre a linha alba<\/strong><\/h2>\n\n\n\n