Nem preciso dizer que o parto vaginal é o melhor para o bebê, já que o corpo da mãe biologicamente é preparado para tanto. Além disso, e é a ele que o abdominal hipopressivo ajuda. Existem diversos benefícios do parto normal quando comparado à cesárea, tendo rápida recuperação para a puérpera, menor risco de complicações, e estimulando a lactação.
Dessa forma, parto normal é a opção mais saudável, e todos os médicos concordam. No entanto, existem as exceções quando existem complicações para a mãe ou para o bebê, nesses casos a intervenção médica é necessária.
Já que no parto normal o processo de nascimento é conduzido apenas pelo próprio organismo da gestante, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), se tudo estiver bem com a mãe e o bebê, não há por que intervir medicamente. Contudo, a OMS não apoia o nascimento fora de um centro hospitalar e eu particularmente concordo, visto sempre existe possibilidade de complicações.
Aprenda mais sobre os benefícios do parto normal continuando a leitura!
Principais benefícios do parto normal
Primeiramente, alguns dos benefícios do parto normal para a mãe são:
- Menor risco de infecção;
- Menor tempo de internamento;
- Recuperação mais rápida;
- Risco com complicações anestésicas menores;
- O útero volta ao tamanho natural mais rapidamente;
- Aumenta os hormônios responsáveis pelo bem-estar;
- Favorecimento na produção de leite materno (quando o bebê nasce naturalmente, o corpo inicia a produção de leite mais facilmente).
Benefícios do parto normal para o bebê
Entretanto, não é apenas para as mães que o parto normal oferece diversos benefícios, mas para o bebê também, alguns deles são:
- Mais tranquilidade;
- Maior receptividade ao toque;
- Maior facilidade para respirar (já que ao passar pelo canal de parto, seu tórax é comprimido, fazendo com que os líquidos de dentro do pulmão sejam naturalmente expelidos);
- Mais atividade ao nascer.
Entendendo benefícios do parto normal e suas etapas
Muitas futuras mamães se questionam a respeito do parto normal porque não conhecem todo o processo ou seu tempo de duração. Mas saiba: cada parto é um caso, cada caso um organismo, então não existem maneiras efetivas de prever categoricamente quanto tempo o parto durará. Entretanto, esse tempo não deve durar mais de 10 horas.
Portanto, para diminuir a ansiedade, a informação sobre como cada etapa ocorre é fundamental. O conceito hipopressivo deve promover essa informação à gestante, prepará-la fisicamente e facilitar o parto. Devemos entender muito bem como se procede o trabalho de parto.
Primeiramente, temos o apagamento e dilatação do colo uterino. As contrações passam de Braxton-Hicks para as contrações uterinas de fato, estimuladas pela descida importante da progesterona e aumento dos estrógenos.
A partir daí a rotação do bebê se inicia para a descida do mesmo, sob a ação da Ocitocina a descida do bebê vai pressionar os fascículos profundos do assoalho pélvico, estirando-o com sua cabeça, promovendo assim, o reflexo miotático do assoalho pélvico que se contraíra para estimular a rotação de descida do bebê.
Como as contrações vêm acompanhadas de dor, a aplicação do conceito hipopressivo durante as mesmas, vai promover a diminuição desta dor, não eliminar, mas deixa-las suportáveis.
Etapas para entender os benefícios do parto normal
Ao todo desenrolam-se três grandes etapas no parto normal, que são:
Dilatação do colo do útero
A dilatação é a fase mais extensa do trabalho de parto, mas também uma das mais incompreendidas pelas mamães. Essa fase inicia-se quando o bebê está apto a nascer, perto das 40 semanas. Dessa forma, o corpo da mãe, através da estimulação hormonal, começa a se preparar para esse nascimento.
Ocorre então o início da fase de dilatação que se subdivide em 3 partes:
Fase latente: de 0 aos 3-4 centímetros de dilatação.
Nesta etapa, as contrações são irregulares e espaçadas, com baixa intensidade de duração, além disso, o colo do útero dilata até 3 ou 4 centímetros.
Conforme as contrações aumentam em frequência e duração (aproximadamente três contrações em cada 10 ou 15 minutos), a mulher entra definitivamente em trabalho de parto. Enfim, este é o momento de ir para a maternidade.
Fase ativa: dos 4 aos 7 centímetros de dilatação.
Já chegamos ao momento de contrações mais rápidas e intensas (em média com 2 a 3 minutos de intervalo entre si), portanto podem durar de 60 a 90 segundos.
Fase de transição: dos 8 centímetros de dilatação adiante.
Como o próprio nome diz, na fase de transição, o corpo está passando da etapa de dilatar-se para a fase de expulsar o bebê do organismo. Por isso, é possível que o canal vaginal se expanda em até 10 centímetros.
Nessas três fases estaremos presentes para ajudar nas contrações uterinas facilitando a expulsão do bebê com o conceito hipopressivo, estimulando as contrações uterinas, acelerando e otimizando o tempo do trabalho de parto, pois não são os músculos que expulsam o bebê e sim as contrações uterinas.
Para isso, é importante entender como o parto procede fisiologicamente. Quando tudo corre bem a fisiologia faz o trabalho sozinha, ou seja, com intervenção médica mínima.
Como ocorre e benefícios do parto normal
É algo mágico e apaixonante, onde o sistema músculo esquelético, endócrino e nervoso trabalham harmonicamente para que ele ocorra, no entanto, nos profissionais do movimento devemos estar aptos para atuar nos sistemas, ora inibindo, ora estimulando os sistemas necessários. O MAH nos oferece essas condições, conforme verificaremos nesse módulo.
Fisiologia do parto
Analisaremos, a seguir:
O trajeto duro que começa pela pelve e o trajeto mole, passagem do bebê pelo segmento inferior do útero, cérvice, vagina e a região vulvo perineal.
O trajeto, ou canal da parturição, segue do útero à fenda vulvar e possui três estreitamentos:
- Orifício cervical;
- Diafragma pélvico (urogenital);
- Óstio vaginal (fenda vulvovaginal).
Embebição gravídica
É observado nas articulações da cintura pélvica movimentos de: nutação e contranutação ilíacos. Além disso, existem movimentos de horizontalização sacral que servem para ampliar os diâmetros da parturiente favorecendo a migração das apresentações fetais.
Ainda mais, temos maior mobilidade da articulação sacrococcígea na gravidez. Além disso, a retropulsão do cóccix acontece por movimentação da primeira sobre a segunda peça coccígeas. Assim o diâmetro anteroposterior do estreito inferior também aumenta.
A cintura pélvica divide-se em:
Grande bacia e pequena bacia (ou escavação).
A grande bacia é limitada:
- Lateralmente: fossas ilíacas internas;
- Posteriormente: coluna vertebral;
- Limites anteriores: os músculos abdominais;
- Circunferência ou contorno: base do sacro, cristas ilíacas, borda anterior do osso ilíaco;
- Parte inferior: pela escavação, a grande bacia é dela separada pelo anel do estreito superior.
- Mede cerca de 24 cm entre as duas espinhas ilíacas antero superiores.
Também temos a pequena bacia, ou simplesmente escavação, que está limitada acima pelo estreito superior.
Os limites do estreito superior são:
- Saliência do promontório;
- Borda anterior da asa do sacro;
- Articulação sacroilíaca;
- Linha inominada
- Eminência iliopectínea;
- Borda superior do corpo de pube e da sínfise púbica.
O estreito superior ou triângulo curvilíneo (tarnier), com a base indo de uma articulação sacro ilíaca à outra e o ápice que termina na sínfise púbica por ele limitada é impropriamente conhecida como plano do estreito superior.
Portanto, o estreito inferior é limitado pelos: ramos isquiopúbicos (ramos descendentes do púbis e ascendentes do ísquio), borda inferior das duas púbis, tuberosidades isquiáticas, borda medial ou interna dos grandes ligamentos sacro ciáticos e extremidade do cóccix.
A escavação fica entre os dois estreitos havendo quatro paredes:
Anterior: constituída pela face posterior ou pélvica do corpo do púbis e do seu ramo horizontal pelo lado interno do buraco obturador e a face interna da sua membrana, a face interna do ramo isquiopúbico e parte da tuberosidade isquiática.
Posterior: constitui-se de 11 a 12 cm do promontório ao ápice do cóccix, e segue a curva sacral, em aproximadamente, 15-16 cm.
Face anterior: mede superiormente cerca de 11 cm de largura, na altura da articulação sacrococcígea. A cavidade é avaliada em 27 mm, na mulher.
Dois laterais: medem de 9 a 10 cm, pela base das espinhas ciáticas, dois planos inclinados.
O estreito médio começa no ápice do sacro, segue pelas apófises transversas da quinta vértebra sacral, borda inferior dos ligamentos sacro isquiáticos, arcos tendinosos do elevador anal e pelos feixes pubococcígeos, encerrando-se na face posterior do púbis.
Região vulvoperineal
A seguir discutiremos o trajeto mole que começa no segmento inferior do útero, cérvice, a vagina encerrando-se na região vulvoperineal.
O segmento inferior é a parte inferior do corpo uterino, limitada pelo orifício interno.
Já o limite superior tem sido demarcado, sucessivamente, pela linha de união do peritônio à face anterior do útero, pelo seio venoso, ou artéria coronária existente no ponto em que a artéria uterina emite o primeiro ramo transversal, pela região onde os ligamentos redondos se refletem, dirigindo-se para os canais inguinais.
No início da expansão do útero, o orifício interno se distende e toda a porção superior do colo entra na constituição do segmento inferior. Anteriormente, houve o consenso que o istmo era a origem do segmento inferior.
Portanto, ocorre sua absorção pela cavidade uterina: o orifício ístmico interno começa a desaparecer, começando sua distensão gradual, por volta da décima segunda semana pelo crescimento do bebê.
Podemos aceitar, os seguintes limites aproximados do istmo:
- Superiormente: o ponto de união da porção anterior do peritônio visceral, a superfície de angulação do útero em ante flexão e o local de entrada da fração mais calibrosa da artéria uterina;
- Inferiormente: onde o canal cervical termina e começa a parte cilíndrica do istmo.
O istmo é a peça intermediária entre o corpo do útero e a cérvice.
As metrossístoles diminuem o espaço intra-uterino, assim, o feto é forçado a distender e alongar o segmento inferior, que, em consequência, assimila o canal da cérvice (apagamento do colo), fica ampliado, e constitui singular cavidade cujo limite inferior é o orifício externo do colo. Desse jeito, constitui-se o segmento inferior parturiente, o canal de Braune.
Estreitamentos
A cérvice
É um canal com dois orifícios, interno (superior) e externo (inferior), o colo do útero sofre grandes modificações morfológicas, estruturais e de consistência durante a gravidez. Portanto, com o início do trabalho de parto, e mesmo antes de suas manifestações clínicas, a cérvice é impulsionada pelas contrações uterinas.
A vagina
É um conduto cilíndrico, achatado antero-posteriormente, que se estende do útero à vulva. As paredes vaginais possuem, no ciclo gestatório grande elasticidade, e, por conta, da embebição gravídica, a expulsão do feto faz-se, assim, possível, sem importantes dilacerações, caso ao assoalho pélvico seja competente.
Região vulvo-perineal
É constituída pela vulva e pelo períneo.
Vulva
Os órgãos genitais externos que constituem a vulva, são: o monte de vênus, os grandes e pequenos lábios, o clitóris, as glândulas vulvovaginais.
Períneo
Responsável pela micção, defecação, e pelos prazeres sexuais.
Apresentação do bebê
É definida pela região fetal que se acomoda no estreito superior, ocupando-a em seu todo.
Existe troca de uma apresentação em outra (mutação ou versão). Até o 6o mês de gestação a cabeça é encontrada no fundo uterino, posteriormente, graças a essa rotação axial, o feto por “cambalhota”, orienta o pólo cefálico para as porções inferiores do órgão e aí se mantém.
Plano de contato da apresentação é o plano circunferencial que se põe em relação com o estreito superior.
A situação longitudinal
Na situação longitudinal podem ocorrer duas apresentações:
- Do pólo cefálico: apresentação cefálica
- Do pólo pélvico: apresentação pélvica
O pólo cefálico pode apresentar-se:
- Fletido: com o mento próximo a face anterior do tórax = apresentações cefálicas fletidas
- Estendido: afastado em graus diversos de extensão = apresentações cefálicas em extensão.
Posição
Esquerda ou 1a posição: quando o dorso fetal se acha voltado para o lado esquerdo materno;
Direita ou 2a posição: quando o dorso se orienta para o lado direito.
Variedades de posição
Além disso, precisamos acrescentar ao diagnóstico a variedade de posição, que se define como a relação dos pontos de referência fetais. Esses pontos são os seguintes:
Materna:
- O pube;
- As eminências iliopectineas;
- As extremidades do diâmetro transverso máximo;
- A articulação sacro ilíaca;
- O sacro.
Fetal:
Em obstetrícia é preciso designar-se, de maneira exata, a situação, a apresentação, a posição e a variedade de posição, tendo-se perfeito conhecimento da estática fetal.
Feto em situação longitudinal:
Nomeiam-se pelo emprego de duas ou três:
- A primeira indicativa da apresentação, é símbolo da região que a caracteriza,
- As demais correspondem ao ponto de referência ao nível do estreito superior.
OIGA significa que a apresentação é de occipitale que o ponto de referência, o lambda (símbolo “O”), está em correspondência com o estreito superior, à esquerda (E) e anteriormente (A)
OIDP occipito-direita-posterior significa que a apresentação e occipital, à esquerda posteriormente, o que gerará partos mais longos e dolorosos.
A descida do feto se dá em rotação favorecidas pela morfologia de planos espirais escalonados da musculatura do assoalho pélvico. Portanto, isso permite a descida do bebê em rotação até o nascimento.
Conclusão sobre benefícios do parto normal
Este artigo tem o objetivo de compreendermos o processo hormonal que acontece no corpo da gestante, para que tenhamos o entendimento necessário dos exercícios para cada mudança hormonal que se dão nos corpos das nossas gravidinhas.