O post Diástase em mulheres no puerpério: entenda o tratamento apareceu primeiro em Janaína Cintas.
]]>Nele, ela precisa enfrentar novamente uma série de alterações do seu corpo que está retornando ao estado anterior à gravidez. A fisioterapia é comprovadamente uma maneira de auxiliar mulheres no puerpério e oferecer-lhes uma melhor qualidade de vida, mas ainda precisamos entender como tratar diástase em mulheres nesse período.
Nesse artigo, quero propor um complemento ao atendimento fisioterápico: o uso do método hipopressivo. Aprenda como a técnica pode ajudar sua paciente e comece a aplicá-la.
Durante a gestação, a mulher precisa passar por diversas adaptações físicas e hormonais para garantir a saúde e desenvolvimento do feto. Portanto, essas alterações se estendem pelo período dos três trimestres de gestação e chegam ao fim no momento do parto.
Mas o corpo não volta imediatamente ao seu estado anterior, afinal de contas, foram 9 meses de adaptações para receber aquela vida.
Durante a gestação, a parede abdominal sofre um estiramento para aumentar o espaço de desenvolvimento do bebê, tendo sua pressão intra abdominal (PIA) aumentada fisiologicamente. Como resultado, a linha alba estará sob os efeitos da relaxina afastando os dois feixes do músculo reto abdominal, algo que logo veremos estar intimamente ligado à diástase em mulheres.
Durante a gravidez, a diástase é normal e esperada para que o feto se desenvolva, porém, tal alteração também pode acontecer imediatamente após o parto ou nas primeiras semanas após o acontecimento, pois os músculos levam de 4 a 6 semanas para recuperar seu controle motor (Eyal Lederman).
Após, esse período considera-se que o estiramento do reto abdominal pode ser fator de risco para:
Todos esses são problemas que desejamos evitar em mulheres no puerpério para garantir uma melhor qualidade de vida no período.
Ainda no período de gravidez, a mulher passa por alterações importantes no sistema respiratório que também é influenciada pelo aumento da pressão intra-abdominal.
Portanto, o aumento da área abdominal causado pelo crescimento do feto diminui a excursão do diafragma, o que o elevará cerca de 4cm a 5cm. A caixa torácica se expande para suprir essa demanda de aumento pressórico e a frequência respiratória fica aumentada.
O puerpério é caracterizado como o período de adaptação do corpo após a gestação e pode durar de 6 a 8 semanas. Posteriormente ao retorno total da pelve leva exatamente 8 semanas para recuperar seu controle motor. Todas as alterações que o corpo sofreu durante a gestação podem manter-se nesse período, causando uma série de desconfortos para a mulher.
Trabalhar com mulheres no puerpério pode ser um trabalho delicado. Além de estar passando por adaptações físicas e hormonais novamente, elas também estão alterando seu estilo de vida para a convivência com o recém-nascido.
Portanto, devemos oferecer-lhes todo conforto possível.
Se você leu corretamente o tópico anterior, percebeu que existem diversas alterações musculoesqueléticas no corpo das mulheres no puerpério. Entre elas, temos adaptações importantes na parede abdominal, que podem levar ao estiramento de diversas musculaturas e à diástase em mulheres.
O assoalho pélvico também pode sofrer com as adaptações já que suportou um excesso de carga durante o período gestacional.
Por isso, o método hipopressivo é bastante recomendado para ativação das musculaturas abdominais e, para retirada do peso hidráulico do assoalho pélvico, devolvendo a esses músculos sua curva de comprimento e tensão.
Caso não tenha ocorrido laceração de fibras, nesses casos devemos estar acompanhados de uma fisioterapeuta uroginecológica. O método também pode ser utilizado para auxiliar no tratamento de mulheres no puerpério com incontinência urinária.
Os objetivos da hipopressiva aplicada à essas pacientes incluem:
Existem também indicativos que as aulas hipopressivas para mulheres no puerpério diminuem o afastamento das porções do reto abdominal. Assim, seria possível prevenir uma possível diástase abdominal ou hérnia, mas falaremos a respeito disso mais à frente.
Um estudo realizado com 50 mulheres no puerpério imediato mostrou diminuição no afastamento das porções do reto abdominal 12,5% com uso da hipopressiva. No mesmo período estudado, entre 6 horas e 18 horas após o parto, o grupo de controle teve diminuição de 5,4%.
Também é possível utilizar os exercícios para melhorar o tônus da musculatura abdominal que costuma estar desativado em mulheres no puerpério. Além disso, corrigimos algumas alterações posturais desenvolvidas no período gestacional e evitamos compressões mecânicas mais à frente.
A diástase abdominal é uma reclamação frequente em mulheres com uma gestação recente.
Durante a gravidez acontece o estiramento dos músculos abdominais que já mencionei anteriormente. Combinado com alterações posturais, como hiperlordose lombar e anteversão pélvica, essas mudanças geram alterações fisiológicas e biomecânicas nas musculaturas abdominais.
Lembrem-se que o corpo está sempre em busca de: equilíbrio, conforto e economia.
Para tanto,se utiliza de programações corticais, que são capazes de ativar e desativar músculos para cumprir principalmente o princípio da economia. Na gravidez, não se faz diferente. O córtex desativará os músculos da faixa abdominal a fim de diminuir a PIA, para que o feto possa crescer confortavelmente.
Dessa forma, levará os ilíacos em abertura e anterioridade, na tentativa clara de aumentar a área interna, com o mesmo objetivo. E as alterações musculoesqueléticas, sempre se adaptaram às necessidades viscerais.
A alteração mais importante para nós quando falamos de diástase abdominal ocorre nos retos abdominais. Já que suas duas porções separam-se na linha alba para permitir o crescimento do útero que abriga o feto. Apesar de ser mais comum no último trimestre de gestação, a diástase também pode afetar as mulheres no puerpério.
Um detalhe importante, nem toda diástase no período gestacional ou pós-parto é considerada patológica. Uma separação das porções do reto abdominal de até 2,5 cm é considerada fisiológica.
O corpo da gestante se recupera após o parto e volta ao estado normal, lembrando que o corpo da mulher pode levar até 2 anos para se recuperar de todas alterações: são as puérperas tardias. Precisamos garantir tratamento para mulheres puérperas que possuem alterações maiores, portanto patológicas.
Temos no Método Abdominal Hipopressivo um grande aliado no tratamento e prevenção da diástase dessa população.
O método possui uma grande vantagem sobre os exercícios convencionais, pois proporciona diminuição da PIA, enquanto que os abdominais tradicionais, seja o: holliwing, bracing ou crunch elevará a pressão intra-abdominal, que já encontra-se aumentada.
Nas diástases, seria pouco eficaz utilizar exercícios abdominais convencionais que podem aumentar a PIA ainda mais..
Portanto, usando a hipopressiva para tratamento de mulheres no puerpério conseguimos auxiliar com a diástase e fornecer todos os outros benefícios do método abdominal hipopressivo.
Já conhecemos o método abdominal hipopressivo e seus benefícios. Mencionei aqui mesmo nesse blog como ele pode ser usado para tratamento de incontinência urinária, dor lombar crônica e as próprias diástases abdominais. Agora, você também sabe que ele é excelente para trabalhar com mulheres no puerpério.
A hipopressiva auxilia o corpo da mulher puérpera a retornar ao seu estado anterior à gestação, estimulando neuro divergências, ou seja, novas redes neuronais para este retorno.
Para isso, precisamos realizar a ativação da musculatura abdominal, a retirada do peso hidráulico do saco visceral da região pélvica, aliviando assim, a tensão excessiva que foi exercida sobre os diminutos músculos do assoalho pélvico por meses, e a desativação da tensão excessiva dos músculos da caixa torácica, através de liberações fasciais, que incluem o diafragma.
A hipopressiva também obtém melhorias para a postura, controle muscular, postural e respiratória da paciente. Além disso, é um método que auxilia na prevenção de prolapso do útero após o parto e ptoses de bexiga.
Quer um atendimento eficiente para sua paciente que encontra-se no período pós-parto? Siga minha dica e comece a aplicar a hipopressiva!
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]]>O post Síndrome compartimental: tudo que você precisa saber para tratar apareceu primeiro em Janaína Cintas.
]]>Como profissionais do movimento devemos aprender como trabalhar com a síndrome e melhorar os padrões de movimento dos alunos.
Aprenda nesse artigo como ela surge e qual é o principal tratamento da Síndrome Compartimental.
Existem casos nos quais a Síndrome Compartimental é causada por exercícios. Geralmente, atletas que praticam atividades com movimentos repetitivos estão em um risco maior.
Apesar de poder atingir pessoas de qualquer faixa etária, a Síndrome Compartimental Crônica costuma atingir pessoas com menos de 40 anos. Dessa forma, os esportes com maior risco de desenvolvê-la são:
Qualquer esporte que seja muito intenso ou frequente aumenta o risco de desenvolver a síndrome. Até o Crossfit pode levar ao aparecimento do problema.
Ainda não é possível determinar exatamente o motivo dessas atividades causarem a Síndrome do Compartimento. É possível que as causas envolvam:
Sabemos que a atividade física gera quebra de fibras musculares para remodelagem muscular. Ou seja, esse processo é semelhante a um processo inflamatório, liberando um excesso de líquido dentro dos compartimentos musculares.
Alguns músculos são acometidos com mais frequência que outros, como bíceps, quadríceps e tríceps sural. Portanto, o líquido característico da Síndrome Compartimental pode acontecer devido a uma hemorragia local e/ou excesso de edema.
Com a presença do líquido nos músculos a área do compartimento anatômico fica diminuída. Considerando a pouca extensibilidade da fáscia que envolve o sistema muscular, é impossível que ela se adapte para comportar a nova área. Assim, a pressão local aumenta e surge a Síndrome do Compartimento.
Imaginemos isso na prática em um aluno com uma tensão na cadeia muscular de extensão dos membros inferiores. Ele estará com um quadríceps tenso e mais toxemiado. Assim, ao exercitar demais o quadríceps, ele pode quebrar muitas fibras musculares no local. Isso aconteceria numa aula só de agachamento, por exemplo.
Nesse momento o aluno estaria correndo o risco de desenvolver uma Síndrome do Compartimento.
Ao observarmos essa patologia através da biomecânica percebemos que ela pode ser consequência de desequilíbrios entre:
Ou seja, um aumento de massa dentro de um volume fixo, elevando assim, a pressão interna.
A Síndrome Compartimental Crônica é mais comum em pessoas que praticam esportes de impacto repetido.
Geralmente ela começa a se manifestar na forma de dor após a prática do exercício. O desconforto cessa assim que o indivíduo está em repouso e as pressões são normalizadas.
Quando o indivíduo voltar a praticar a atividade física terá a pressão aumentada, o que diminui o fluxo sanguíneo para os nervos e músculos. Como resultado, ele sentirá sintomas como:
Ao sofrer um aumento da pressão em um dos compartimentos musculares, teremos perda de função vascular e neural. Assim, a região gera isquemia e cria um ciclo de retroalimentação que aumenta o acúmulo de líquidos e restringe o fluxo sanguíneo.
A função mecânica da fáscia pode piorar ainda mais essa situação. Afinal, ela consegue aumentar sua espessura e rigidez para responder ao aumento de pressão causado pela síndrome do compartimento.
O aumento da pressão compartimental gera uma diminuição dos vasos sanguíneos. O colapso venoso aumenta a congestão capilar e ainda reduz a perfusão tecidual. Ou seja, desenvolve mais toxemia local.
Para entender por que os sintomas costumam aparecer durante ou logo após a atividade física precisamos analisar as pressões. Em repouso, elas variam de 0 a 20mmHg de acordo com Dayton e Bouche. Mas ao realizar esforço físico elas podem ultrapassar 70mmHg.
Em pessoas saudáveis essas pressões se normalizam assim que a pessoa para de fazer o esforço. No entanto, quem possui a Síndrome Compartimental não consegue essa normalização, a pressão pode passar o 100 mmHg. Dessa forma, demoram a retornar a níveis de pressão normal fazendo com que seus tecidos sofram com todos os efeitos que já mencionei aqui.
O principal tratamento da Síndrome Compartimental é a cirurgia, que além de ser mais usada também se mostra mais eficaz. O processo cirúrgico consiste em abrir a fáscia que encerra o compartimento muscular. Tal processo é chamado de fasciotomia e alivia, dessa forma, a pressão que atrapalha os músculos.
Alguns casos são mais graves, já que neles a inervação do membro afetado também é comprimida o que gera perda de movimento. Em casos assim nem sempre a fasciotomia é indicada.
Quando o tratamento para o paciente demora a acontecer ela se torna uma emergência médica. O aumento de pressão no compartimento muscular lesiona os músculos e nervos afetados de maneira irreversível. Alguns pacientes precisam recorrer até a amputação por não buscar tratamento cedo.
Inicialmente o paciente sente um desconforto logo que começa a atividade física e que piora conforme ele treina.
Nesse momento a maioria dos pacientes ignora o desconforto e continua treinando ou diminui a intensidade do treino até que a dor diminua. Mas o desconforto continua piorando até que se torna mais persistente. É possível que dure até 2 ou 3 dias.
Pesquisas indicam que os gestos esportivos são especialmente importantes para desenvolver a síndrome. Se a pessoa corre ou se exercita de maneira errada acontece sobrecarga em grupos musculares. Ou seja, aumenta consideravelmente a chance de desenvolver a síndrome do compartimento.
Também é preciso tomar cuidado com o overtraining. Um aumento súbito do volume e intensidade do treino pode facilmente lesionar o atleta ou levar ao desenvolvimento da patologia.
Além do tratamento da Síndrome Compartimental com cirurgia, é possível optar pelo tratamento conservador. Nessa opção devemos realizar o alongamento e fortalecimento específico de músculos inibidos. O aluno deve dar uma pausa nos exercícios de impacto.
O principal ponto do tratamento da Síndrome Compartimental para os profissionais do movimento é corrigir os gestos esportivos. Precisaremos avaliar o aluno e determinar quais compensações estão piorando o quadro. Lembrando que o corpo realizará ainda mais compensações para evitar a dor.
Nunca devemos deixar de nos movimentar e se exercitar. Esse é o melhor remédio para prevenir um número imenso de dores e patologias, mas depende bastante da maneira que o fazemos.
Quando alguém realiza atividades físicas sem as devidas orientações pode desenvolver desequilíbrios e compensações. Esses erros de movimento levarão a problemas no corpo.
Lembre-se que a atividade física deve agregar à qualidade de vida e não aumentar seus riscos.
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]]>O post Tratamento de hérnia de disco e seus paradigmas apareceu primeiro em Janaína Cintas.
]]>Precisamos desconstruir diversos paradigmas sobre isso, tanto para nosso bem como profissionais quanto para o dos alunos. Entenda melhor nesse artigo o processo de formação da hérnia de disco e os paradigmas que queremos quebrar.
A coluna vertebral é formada por trinta e três vértebras que se articulam entre si, sendo:
A coluna vertebral também se articula com a base do crânio, das costelas e dos ilíacos. As costelas, por sua vez se articulam com a escápula posteriormente e com o esterno/ clavícula anteriormente. Já a coluna lombar se articula com a pelve inferiormente.
Originalmente imaginava-se que a estabilidade das vértebras era dada pelos ligamentos. No entanto, ela está relacionada aos músculos.
O verdadeiro papel dos ligamentos é direcionar movimentos produzidos. Dessa forma, protegem as vértebras de movimentos bruscos ou forças excessivas.
Os músculos, sobretudo com suas fáscias, extremamente potentes, são os grandes responsáveis pela proteção do eixo raquidiano.
As vértebras, estruturas fixas, são justapostas e suas ligações se dão pelas articulações interapofisárias. Assim, servem como guias para os movimentos.
Entre as vértebras existe o disco intervertebral e juntos (articulações e discos) são as estruturas responsáveis pela mobilidade da coluna. São eles os grandes responsáveis pela mobilidade articular e pelas distribuições de forças realizadas na coluna vertebral durante os movimentos.
Logo entendemos o porquê essas estruturas são tão agredidas em nossas colunas, além de detalhar melhor o disco intervertebral.
Existe uma vértebra padrão, mas elas sofrem pequenas modificações de acordo com o nível da coluna em que se encontram que correspondem e as especificidades de todos os segmentos da coluna vertebral.
A coluna é o eixo corporal e constitui um complexo importante de ligação entre as duas cinturas:
Durante sua função estática a coluna é simétrica e perpendicular às duas cinturas.
Na estática (quando se tem forças sem movimento) uma coluna saudável tem seus ligamentos e tensores musculares equilibrados e relaxados. Eles só funcionam para manter o equilíbrio estático diante do movimento oscilatório quando estamos em pé. Contraindo-se e relaxando logo em seguida, por exemplo, o equilíbrio é reestabelecido. Mas quando os músculos não conseguirem relaxar após a contração feita pelo reequilíbrio ele adoece
Exercendo sua função cinética, qualquer movimento ocorrido entre as duas cinturas gerará uma regulação automática de tônus dos estabilizadores do tronco. Um complexo sistema de compensação postural acontece gerando deslocamentos gravitacionais importantes. Assim surge qualquer encurtamento, fraqueza muscular ou alterações posturais significativas.
A coluna vertebral sofre constantemente um dilema contraditório. Ela precisa ser rígida o suficiente para ter um eficiente suporte da compressão axial (exercida pela força gravitacional somada a força de peso normal) sem perder a mobilidade para produzir movimentos de forma organizada.
Para que isso ocorra a coluna tem que manter equilibrada suas três funções:
Nosso corpo precisa de uma manutenção equilibrada da postura estática e controle dinâmico adequado. Caso contrário terá dificuldade para responder de maneira eficiente às demandas impostas.
Conceitualmente, estabilidade pode ser definida como a habilidade da articulação retornar ao eu estado original, após sofrer uma perturbação.
Um estudo feito por Panjabi veio de encontro com as ideias abordadas nesse artigo. Dessa forma, ele mostra que a coluna vertebral é formada por três subsistemas:
O subsistema passivo é composto pelas estruturas ósseas, articulares e ligamentares. Ele contribui para o controle próximo ao final da amplitude articular, desenvolvendo forças reativas que resistem ao movimento. Contudo, ele não oferece suporte estabilizador significativo em torno da posição neutra da articulação.
Já o subsistema ativo é formado pelas estruturas musculares ao desempenharem suas funções contráteis. Ele atua na obtenção mecânica da estabilidade, mesmo na posição neutral. É capaz de modular sua resistência ao longo de toda amplitude de movimento.
Por fim, temos o subsistema neural., que monitora e regula continuamente as forças ao redor da articulação.
Em torno da posição articular neutra encontra-se uma região de elevada frouxidão ou baixa rigidez. Isso acontece por causa do comportamento não linear das estruturas ligamentares nessa posição.
A zona neutra permite que os deslocamentos ocorram com o mínimo de resistência interna das estruturas passivas.
Lesões nos subsistemas passivo e/ou ativo levam a aumentos não fisiológicos na amplitude da zona neutral. A atividade muscular consegue minimizar essas zonas e até restaurar limites fisiológicos causados pela lesão ou degeneração das estruturas passivas.
Esse é o papel fundamental na busca por estabilidade. Portanto, para prevenir disfunções musculoesqueléticas na coluna, precisamos compreender os mecanismos fisiopatológicos que levam ao seu desenvolvimento.
Por isso buscamos entender as instabilidades articulares vistas como fator de risco para desenvolver lesões teciduais, processos degenerativos e álgicos.
Entre as vértebras existe uma alternância entre cifoses (ligadas à proteção) e lordoses (ligadas à mobilidade). Por isso, entendemos o porquê das frentes das lordoses sempre possuírem músculos longos e potentes, como é o caso dos flexores do pescoço e do reto abdominal.
Enquanto que a frente das cifoses possuímos músculos chatos e profundos, como exemplo o Serrátil Anterior, que é ligado a função de manutenção postural. Logo as cifoses com sua pouca mobilidade se tornam pontos fixos para os movimentos realizados pelas cadeias musculares lordóticas.
Num plano sagital observamos:
A presença dessas curvaturas aumenta de forma considerável a capacidade de resistência às pressões axiais sofridas pelo eixo raquidiano a partir do momento que estamos expostos a força gravitacional (descendente) e a força solo (ascendente). Quanto mais retificada uma coluna, mais precário será o equilíbrio desse indivíduo.
Quanto mais retificadas (retilíneas) forem as curvaturas da coluna definiremos como uma coluna do tipo funcional estático. Já curvaturas vertebrais maiores indicam uma coluna do tipo funcional dinâmico.
Quanto maior for a acentuação das curvas, mais mobilidade terá essa coluna. Ao mesmo tempo, curvaturas menos acentuadas indicam maior rigidez.
Em um recém-nascido encontraremos somente uma curvatura corporal, que existe para adequar-se ao útero materno. Após o nascimento ele é submetido a ação da força gravitacional, o que o obriga a realizar uma inversão de partes dessa curva. Conforme seus reflexos inatos vão sendo sobrepostos pelo controle de movimento essas curvaturas começam a se formar.
A primeira é a lordose cervical. Portanto, nada mais lógico que o segmento cervical ser o primeiro que o bebê é capaz de controlar. O desenvolvimento neuro-psico-motor é céfalo-caudal e próximo-distal. Conforme se movimenta, o recém-nascido inverte a lordose para uma curvatura chama de primeira curva secundária.
A segunda curva secundária é formada quando a criança passa da posição de quadrúpede para bípede. Essa é a lordose lombar.
O mesmo mecanismo de inversão das curvaturas vertebrais ocorreu durante a filogênese, quando assumimos a postura bípede. Quando o ser humano assumiu a bipedestação, houve uma retificação da coluna lombar seguida de uma inversão da curvatura (lordose lombar).
Isso ocorreu para que houvesse uma extensão do tronco, gerando a manutenção da horizontalidade do olhar e dos ouvidos internos (para que o labirinto ligado à orientação espacial realizasse seu importante papel junto ao equilíbrio).
Essa mudança na curvatura lombar provocou toda uma nova distribuição da força gravitacional. Esse papel foi assumido pela pelve, que de acordo com sua retroversão ou ante versão, anterioriza ou posterioriza o Centro Gravitacional do ser humano, permitindo assim a eretabilidade.
Os movimentos articulares em cada segmento vertebral são bastante limitados. No entanto, a coluna consegue sua ampla mobilidade com a somatória da pequena mobilidade de cada um desses segmentos.
Na flexão, a vértebra subjacente se inclina anteriormente, diminuindo assim, o espaço articular na parte anterior do espaço articular, tendendo a pinçar o anel fibroso e empurrando o núcleo pulposo posteriormente. Os processos articulares e espinhosos se afastam e todo sistema ligamentar posterior se encontra tenso. Já durante a extensão, a mecânica ocorrida é exatamente oposta.
Nas inclinações laterais, a vértebra superior bascula lateralmente sobre a vértebra inferior. Assim acontece há diminuição do espaço do lado côncavo e o núcleo pulposo se desloca para o lado convexo. Além disso, acontece um aumento dos espaços articulares e tensionamento dos ligamentos.
As rotações geram uma torção sobre o disco que produzem uma tensão (força de cisalhamento) das fibras com a diminuição de todo espaço articular e tensão no sistema ligamentar. Por isso, rotações são mais susceptíveis a lesões caso o movimento não esteja em boa organização.
É importante ressaltarmos que, segundo Leopold Busquet (2010) apenas 5% das hérnias são verdadeiras, e essas são cirúrgicas.
Consideremos a segunda Lei de Pascal. Ela diz que uma força empregada em um sistema hermeticamente fechado, no caso dado pelo anel fibroso, gerará uma força e pressão distribuída de forma coesa. Portanto, o núcleo pulposo é deslocado para um determinado lado dependendo do movimento. Mas aquela visão antiga que tínhamos de que a pressão também estará aumentada daquele lado é errônea.
Toda essa mecânica estrutural só terá eficácia se a musculatura funcionar de forma coesa, funcional e estruturada. Caso contrário, nosso organismo é inteligente o suficiente para gerar mecanismos compensatórios importantes que a princípio só funcionarão para a produção do movimento. As compensações acontecem mesmo que produzam uma carga excessiva sobre determinada estrutura ou algum enfraquecimento ou encurtamento de músculos.
Ao longo prazo esse mecanismo, aparentemente efetivo, gerará as mais diversificadas lesões. Caso o ajuste mecânico não seja realizado, serão estruturas que em médio prazo já apresentarão algum nível de desgaste articular.
O que seria a Lei de Pascal que citei anteriormente?
Foi comprovado pelo físico e matemático francês Blaise Pascal (1623-1662), que a alteração de pressão produzida em um fluído, em equilíbrio, transmite-se integralmente a todos os pontos do líquido e as paredes do recipiente.
É claro que quando aplicamos esse princípio ao corpo humano, devemos observar alguns fatores. Já que o princípio só funcionará se algumas propriedades estiverem sadias. Abaixo segue um exemplo da Lei aplicada à Coluna Vertebral.
O conjunto, desses quatro princípios funcionando em plenitude, nos darão uma coluna mais sadia para trabalharmos. Dessa forma, diminuímos os riscos de causarmos com algum movimento uma hérnia.
Pascal provou que o movimento produzido entre as vértebras (através de seu estudo em recipientes hermeticamente fechados, como uma bexiga) gerará um aumento de força e pressão, mas estará distribuída de forma coesa.
Assim, o núcleo pulposo é deslocado para um determinado lado dependendo do movimento. Mas a pressão não ficará aumentada naquele lado. A pressão no núcleo pulposo se altera durante os movimentos, mas essa pressão está distribuída por todo o conjunto.
Hérnia de disco é a projeção da parte central do disco intervertebral (o núcleo pulposo) para além de seus limites normais (a parte externa do disco, o anel fibroso).
O disco intervertebral é uma placa cartilaginosa que forma um amortecedor entre os corpos vertebrais. A cartilagem sofre danos após traumatismos, como por exemplo:
A lesão comprime raízes nervosas, gerando perda da sensibilidade (parestesia ou anestesia) na altura correspondente ao dermátomo. Também encontramos perda ou falta total de força muscular com alteração, inclusive, do trofismo muscular correspondente à altura da herniação.
Se os sintomas não corresponderem fidedignamente a descrição acima, essas hérnias são o que chamamos de falsas hérnias de disco. Segundo Leopold Busquet 95% das hérnias diagnosticadas diariamente nos consultórios médicos são falsas, pois não apresentam esse quadro completo. Somente 5%, as mais graves, geram os sinais para diagnosticarmos uma verdadeira hérnia discal, sendo estas cirúrgicas.
O principal sintoma de uma hérnia de disco é a intensa dor no local onde ela se encontra, mas ela também pode gerar os seguintes sintomas:
A dor de uma hérnia discal, pode ser agravada pela tosse, pelo riso e pode piorar durante a evacuação.
Nas curvaturas cifóticas as hérnias são muito mais raras, pois como vimos são aéreas de menor mobilidade. Mas colunas muito retificadas podem sofrer com hérnias de disco torácicas.
Quanto mais estudo o movimento, mais percebo que a falta de movimento está entre as principais causas da hérnia de disco.
Sim, você leu muito bem. A falta de movimento que temos nessa vida moderna fácil acaba com os padrões normais de movimento, portanto chega a causar uma hérnia.
Essa falta de movimento gera:
O primeiro sinal que o corpo manda é um episódio de dor lombar. Dessa forma, o episódio ocorre aproximadamente 10 anos antes da falsa hérnia aparecer. É como se o corpo estivesse te dizendo:
Quando o pedido de socorro é ouvido e a correção é executada corretamente os sintomas desaparecerão. No entanto, normalmente o que se segue é a automedicação com um relaxante muscular ou analgésico.
A alteração mecânica continua a pressionar os discos, sem descanso. Mesmo durante a noite, quando o estado de hidrofilia deveria repor a água perdida pelos discos durante o dia as cadeias musculares não se relaxam.
Mais ou menos 10 anos após esse episódio o disco não resiste e sucumbe formando a hérnia. Some a esse fator colunas que foram projetadas para o movimento, mas que se tornaram rígidas e desequilibradas. Lembram-se do início do texto? E como realizamos o tratamento de hérnia de disco?
Devolvendo a mobilidade perdida.
Logo percam o medo de mobilizarem seus alunos herniados. Eles temerão, claro, já que o próprio médico solicitou que ele ficasse imóvel após o diagnóstico.
Mas é nosso papel orientá-los e mobilizar-se quebrando mais esse paradigma onde a biomecânica não se encaixa ou consegue compreender.
Eyal Lederman diz que o princípio da estabilidade do núcleo ganhou ampla aceitação como reabilitação e prevenção de lesões e condições músculo-esqueléticas.
O autor percebeu que surpreendentemente existem poucas críticas dessa abordagem atualizada. Lederman já indagava sobre a importância de não tornarmos as colunas rígidas demais por excesso de ativação do Core.
Durante muito tempo acreditou-se que um Core forte seria a solução para dores lombares independente da origem. Mas Lederman segue dizendo que o transverso do abdômen tem várias funções na manutenção da postura ereta.
Ele atua no controle da pressão da cavidade abdominal para as funções de fonação, respiração defecação, vômito, etc. Ele também forma a parede posterior do canal inguinal atuando como válvula e impedindo a herniação das vísceras por esse canal.
Na gravidez esse músculo é excessivamente alongado e devido a curva comprimento-tensão perde força. Sua capacidade de estabilização fica dissipada durante esse período.
Mas nem todas as mulheres grávidas apresentam dores lombares, apesar de perder a ação do principal músculo estabilizador. Lederman também faz esse questionamento.
O próprio Paul Hodges, criador do Powerhouse baseado nos estudos de Panjabi, admite em suas pesquisas atuais os efeitos do excesso de contração do Powerhouse. Afinal de contas, gera um alto custo para o nosso corpo, que não possui somente um músculo estabilizador.
O que existe é um conjunto de músculos que devem trabalhar em sintonia, contraindo-se o músculo certo, na hora certa e com a força certa. Mas no caso de uma sintonia ruim poderemos gerar um aumento importante na pressão intracavitária (PIA).
Outro estudo diz que o treinamento de estabilidade leva a um melhor equilíbrio e controle neuromuscular. Portanto, é possível prevenir lesões nas articulações do joelho e do tornozelo, além de servir para tratar dor lombar.
Contudo, esse trabalho de estabilidade de núcleo jamais pode deixar nossas colunas vertebrais rígidas demais. Sabemos que as colunas do tipo funcional estático são menos móveis e com um equilíbrio mais precário.
Devemos sim trabalhar a estabilidade do núcleo corporal no tratamento de hérnia de disco, mas sem confundi-la com o conceito rigidez, lembrando sempre de um corpo viscerado, e das consequências do aumento da PIA, porem devemos nos lembrar que um corpo saudável, deve ser também móvel e não somente estável, o que geraria desequilíbrios importantes e colocaria nosso processo de reabilitação muito suscetível ao fracasso.
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]]>O post Vértebra: entenda sua biomecânica na coluna apareceu primeiro em Janaína Cintas.
]]>Por isso, preparei um texto para entendermos mais profundamente o que é vértebra e como funciona sua biomecânica nos movimentos da coluna. Continue lendo para entender!
Essa porção é mais volumosa e é feita de tecido esponjoso e também uma camada de osso compacto. A região anterior da vértebra possui um segmento cilíndrico irregular e suas faces superiores e inferiores são aplanadas. Além disso, têm um contorno saliente que auxilia na implantação do disco intervertebral.
A face anterior da vértebra tem o limite nos lábios superiores e inferiores. Eles também fornecem inserção para o ligamento longitudinal anterior. A face posterior é uma estrutura côncava no sentido transverso com um orifício que limita o forame vertebral. Ela fixa o ligamento longitudinal posterior.
Enfim, temos a face posterior que é côncava no sentido transverso. Ela também tem um orifício para limitar o forame vertebral e fixa o ligamento longitudinal posterior. Outra estrutura da vértebra é o arco vertebral, que possui:
A vértebra em si possui pouca mobilidade. Por isso, existem as unidades funcionais, que é o conjunto de duas vértebras separadas pelo disco intervertebral. O disco é responsável por suportar o peso da coluna e do corpo. Por causa dele, a estrutura vertebral pode realizar os movimentos de:
O tecido contido dentro da coluna vertebral é sensível. Ou seja, ele é o responsável pela dor em casos de lesões, estresse ou irritação. Imagino que você saiba como dor na coluna são um caso comum nos Studios de Pilates e consultórios.
O disco intervertebral separa as vértebras de cada unidade funcional. As articulações são do tipo sínfise, com discos fibrocartilaginosos entre elas. Dessa forma, suportam peso e resistência que no movimento.
São os discos intervertebrais que absorvem os choques que o corpo realiza.
Quando o tronco está reto são as diferenças de espessura das partes anterior e posterior do disco que geram as curvaturas fisiológicas da coluna. Portanto, é graças a seu bom funcionamento que existem a curvatura lombar, torácica e cervical.
A composição do disco intervertebral é:
O anel fibroso é composto por ao redor de 90 faixas de tecido de colágeno que são ligadas entre si. As fibras do anel ficam em camadas, como acontece na cebola. São elas que envolvem o núcleo do disco intervertebral.
Lateralmente, as fibras estão dispostas fazendo com que a primeira camada vá em direção oblíqua da vértebra. Da mesma forma, a segunda camada vai de uma vértebra a outra em direção oposta. Assim, as camadas se cruzam para fortalecer o anel do disco e permitir o movimento em qualquer direção.
Quase todo o núcleo do disco intervertebral é composto de 90% de água, pelo menos enquanto ele ainda é jovem e saudável. O resto é feito de colágeno e proteoglicanos, que são materiais para atrair água quimicamente.
Perceba que o anel fibroso atua como uma mola em espiral. Afinal de contas, sua tensão mantém os corpos vertebrais unidos contra a resistência do núcleo pulposo. Já o núcleo possui uma função diferente, servindo como um gel incompressível.
Observamos até agora a vértebra padrão. Ela sofre alterações de acordo com o segmento da coluna onde está para se adaptar melhor a suas funções.
As colunas cervical e lombar, por exemplo, possuem mais mobilidade. Portanto, a vértebra de cada uma é adaptada para isso. Para entender como essas alterações funcionam é preciso falar de cada segmento da coluna vertebral.
Já sabemos que o corpo vertebral possui uma forma cilíndrica com todas as estruturas que mencionei anteriormente.
A região cervical é um pouco diferente e possui uma forma retangular. Portanto, suas extremidades laterais se prolongam para cima e formam um unco, as formas inferiores são incisadas para conseguirem um ajuste articular perfeito.
A forma das vértebras cervicais fornece estabilidade para a região. Isso é importante já que a região cervical possui naturalmente mais mobilidade. Os processos espinhosos da vértebra são maiores na parte inferior da coluna.
A alteração limita os movimentos de extensão do pescoço. Ou seja, a C7 tem o maior processo espinhoso da coluna cervical.
Também temos duas vértebras diferentes responsáveis pela mobilidade da coluna cervical. Elas são o atlas e o áxis da cervical, que não possuem disco intervertebral, para realizar os movimentos de:
Percebemos isso porque podemos flexionar a cabeça em 35º sem precisar da participação do pescoço. Quem realiza cirurgias cervicais retira os estabilizadores, inserindo hastes em algumas vértebras. Por isso a amplitude de movimento total fica prejudicada, mas ainda é possível fazer movimentos.
Os discos que estão localizados entre C2 e C7 são responsáveis pelos movimentos de flexo-extensão e lateralização, também podem realizar um pouco de rotação.
Apesar de poder realizar todos os movimentos, a coluna torácica possui menor amplitude de movimento e mobilidade.
Isso acontece por causa da conexão com a caixa torácica, que é diminuída entre TI e TVII. É nessa região que encontra-se a fixação com escápulas e costelas. As estruturas formam um arco costal junto ao esterno, que está localizado anteriormente.
A mobilidade é maior entre TXI e TXII porque não existe conexão com o esterno.
As vértebras lombares possuem corpos vertebrais um pouco maiores. O tamanho é necessário para possibilitar maior suporte para a carga axial de toda a coluna. Além disso, os movimentos incluem a flexo-extensão, inclinação e um pouco de rotação.
Mas a mobilidade para rotação é bastante diminuída. Esses movimentos são essenciais para a anatomia e biomecânica da coluna vertebral.
A transição entre TXII e L1 também possui essa rotação. Mas tome cuidado com movimentos de rotação nessas regiões para seus alunos. Eles podem ser realizados, mas precisamos nos certificar de que as cadeias musculares estão completamente livres.
A coluna vertebral é composta por vértebras que possuem a função de garantir mobilidade, estabilidade e proteção. Entre elas encontramos os discos intervertebrais, que absorvem o impacto gerado pelo movimento.
Quando existem compensações nas cadeias musculares, a vértebra é sempre uma das primeiras a sofrer com isso.
Compreender perfeitamente a biomecânica da coluna vertebral é parte do trabalho de qualquer profissional do movimento.
O post Vértebra: entenda sua biomecânica na coluna apareceu primeiro em Janaína Cintas.
]]>O post Diástase dos retos abdominais: são só dos retos ou existem outros fatores? apareceu primeiro em Janaína Cintas.
]]>Afinal de contas, são pessoas que chegam no Studio de Pilates procurando uma solução tanto estética quanto para sua saúde. A diástase pode afetar até a autoestima feminina, portanto é importante saber trata-las.
E nada melhor para oferecer um tratamento eficiente que o conhecimento. Por isso, separei aqui nesse artigo algumas informações sobre as diástases e motivos de seu surgimento para percebermos que a diástase dos retos abdominais é muito mais que isso.
Quer saber de tudo isso? Continue lendo!
Conforme mencionei acima, e já falei várias vezes nas redes sociais, hoje sabemos que a diástase dos retos abdominais tem muito mais envolvido que somente uma fraqueza muscular. Portanto, precisamos entender como funciona a biomecânica dos músculos do abdômen e porque isso está relacionado com a diástase.
Os retos abdominais são músculos que ficam à frente do tronco e na camada muscular superficial dos músculos abdominais. Suas fibras são predominantemente vermelhas, mas entrecortadas por áreas não contráteis fascial.
Esses músculos estão recobertos pela bainha do reto do abdome, que mantém sua posição. Dessa forma, ela é formada pelas aponeuroses do:
Além disso, a musculatura é longa e aplanada, recobrindo toda a face anterior do abdome. Ele é intercedido por faixas fibrotendinosas chamadas de interseções tendíneas, mas sua quantidade varia de pessoa para pessoa.
Conforme vimos, os retos do abdômen são os responsáveis pelo enrolamento da unidade tronco. Portanto, realizam a elevação do púbis em direção ao umbigo e abaixam o esterno.
Além disso, essa é uma zona de convergências de forças importantes. Portanto, com esse enrolamento indiretamente mobilizaremos a coluna vertebral de forma retificadora em sua região torácica baixa e lombar.
Por fazer parte da Cadeia muscular de Flexão do Tronco, esses grandes músculos são responsáveis pelos rolamentos realizados no Pilates, ou seja, tais movimentos envolvem sua contração.
Quando existe excesso de tensão, o reto vira um músculo que impede a extensão do tronco por causa da falta de flexibilidade.
Por isso, é comum precisarmos flexibilizar esse músculo. Isso acontece porque forças viscerais centrípetas nos puxam para o enrolamento. Além disso, hábitos de vida também geram a posição, como:
O que precisamos saber é que são os retos abdominais que ao contrair-se empurram as vísceras abdominais para dentro. Portanto, geram aumento da pressão intracavitária.
São os músculos nas laterais do tronco que se opõe ao reto do abdômen, ou seja, os músculos largos. Existem três deles dispostos nas camadas:
É o musculo mais profundo de todos os músculos largos e tem sua origem na:
Sua inserção fica nas bordas inferiores das últimas 3 costelas e na linha alba estendendo-se inferiormente sobre o ligamento inguinal acompanhando a prega inguinal.
Além disso, é cortado pela frente pela potente linha alba e por trás pela fáscia tóraco lombar. O periódico JOSPT já fala sobre essa interdependência há cerca de 10 anos e temos motivos o suficiente para acreditar nela.
Acredito ainda na existência de dois músculos transversos: o Transverso direito e o Transverso esquerdo.
Portanto, discordo do comando de levar o umbigo para a coluna. Afinal de contas, isso só acontece com a colaboração dos retos abdominais, já que o Transverso não realiza esse movimento.
Não há fibras musculares do Transverso à frente do umbigo, temos somente todo tecido aponeurótico da linha alba que não é contrátil. Além disso, há um engano sobre a contração do Transverso.
O Transverso também não atua na pelve por sua disposição de fibras horizontais.
Na verdade, ele é dos músculos do abdômen que menos atua sobre o esqueleto. Sua principal ação está relacionada às questões viscerais, incluindo:
Dessa forma, vemos que o músculo tem uma atuação importante sobre as vísceras. Ao se contrair ele diminui o diâmetro da cintura, podendo aumentar consideravelmente a pressão intra-abdominal. Somada a esse aumento de pressão, a ação gravitacional empurra as vísceras para baixo.
As linhas inferiores do Transverso ao se contrair reforçam a borda do ligamento inguinal, também conhecido como ligamento de Poupart. Essa é a parte inferior e tendínea da aponeurose do músculo oblíquo externo do abdômen.
Esse ligamento se estende da espinha ilíaca ântero-superior até o tubérculo púbico. Sua margem livre, ou terço medial, denominada arco inguinal superficial, reforça a contenção da parte inferior do abdômen. Portanto, ajuda a conter as vísceras.
Além disso ele traz sua contração para a crista ilíaca de forma ascendente. Assim, forma uma cintura fininha realizada pelas fibras médias do Transverso que são horizontais.
Ainda mais: suas fibras inferiores protegem os órgãos da pelve menor das diferenças pressóricas ocorridas a todo momento. Ao realizar uma contração, elas alargam as cristas ilíacas, o famoso comando do sorriso dado por Lolita de San Miguel.
Suas fibras superiores direcionam-se para baixo e para fora realizando o sutil fechamento das costelas. Por terem um ventre e um comprimento muscular pequeno, não realizam um grande fechamento das costelas.
Levando todos os autores e pesquisas atuais em consideração, tenho uma sugestão quanto ao novo comando a ser dado. Pesquisas mecânicas recentes indicam que a formação de uma cintura fininha é o melhor comando.
Isso deve ser feito sem empurrarmos as vísceras para baixo, esquecendo a contração do assoalho pélvico. Dessa forma, ocorre a contração dos músculos do abdômen somada a força gravitacional, que empurraram as vísceras para baixo fadigando os músculos perineais.
Quero aqui fazer um adendo para que entendam o porquê de não solicitar os músculos perineais. Alguns autores identificaram um aumento da atividade eletroneuromiográfica dos músculos abdominais durante a contração do assoalho pélvico. Portanto, ocorreu contração sem qualquer ação da musculatura abdominal.
Ou seja, a contração do abdômen leva a uma contração do músculo pubococcigeo. Isso estabiliza e mantém o colo vesical na posição retropubica, facilitando a igualdade das pressões transmitidas da cavidade abdominal ao colo vesical e uretra proximal. Essas ações mantém a continência urinária.
A sinergia entre os Músculos do Assoalho Pélvico e os abdominais possibilita o desenvolvimento de uma pressão de fechamento adequada e importante para manter:
Alguns estudos mostram que, durante a contração voluntária do Assoalho Pélvico, ocorre uma co-ativação dos músculos transversos abdominais, oblíquo interno, oblíquo externo e reto abdominal. Portanto, a pressão esfincteriana aumenta com essa ativação.
Um estudo realizado a respeito da sinergia abdômino pélvica diz que aumentos repentinos na pressão intra-abdominal, levam a uma rápida atividade reflexa dos músculos do assoalho pélvico, (reflexo guardião).
Deve-se considerar, no entanto, que esse aumento repentino, quando ocorre por uma manobra intrínseca (tosse, por exemplo) incluem a ativação via retroalimentação da musculatura do assoalho pélvico como parte de um complexo padrão de ativação muscular.
Acredita-se que a tosse e o espirro são gerados por um padrão individual dentro do tronco cerebral. Assim, a ativação dos Músculos do Assoalho Pélvico é uma co-ativação prévia, e não primariamente uma reação “reflexa” ao aumento da pressão intra-abdominal.
Além disso, pode haver uma resposta adicional dos Músculos do Assoalho Pélvico em relação ao aumento da pressão abdominal devido à distensão de seus fusos musculares.
Outros autores afirmaram que o aumento da pressão de fechamento da uretra e do ânus ocorre imediatamente antes do aumento da pressão intra-abdominal. Nos eventos de tossir e espirrar, o diafragma, os músculos abdominais e o assoalho pélvico são ativados de forma pré-programada pelo sistema nervoso central.
Este fato sugere que a ativação dos músculos do períneo não acontecem em resposta ao aumento da pressão intra-abdominal, sendo antes produzida por mecanismos nervosos centrais que podem ser eventualmente regulados pela vontade.
Algumas investigações demonstram que o aumento da PIA precede a contração automática do Assoalho Pélvico. Dessa forma, sua contração antes do aumento intra-abdominal indica que a resposta é pré-programada.
A atividade antecipada não pode ser de uma resposta reflexa a uma entrada aferente por causa do aumento da pressão abdominal. Esse aumento é tudo que não queremos durante nossa prática de Pilates. Afinal, parece ser a grande vilã das dores lombares.
O oblíquo interno pertence a camada intermediaria dos músculos largos e são dois: direito e esquerdo.
Tem sua origem na:
Sua inserção é nas Bordas inferiores das últimas 3 costelas e linha alba. Sua ação inclui fletir e rodar o tronco para o mesmo lado. Além disso, ajuda na expiração forçada.
Seu direcionamento de fibras vermelhas circundam a cintura, numa direção para cima e de trás para a frente da pelve até as costelas. Sua ação mais potente está exatamente acima do umbigo e ao contrair comprimir as vísceras.
Por fim, também reforça a borda do ligamento inguinal contribuindo para a contenção inferior do abdômen.
É um músculo amplo, plano e quadrangular. Mais extenso em sua parte ventral que na parte dorsal.
Recobre a face lateral do abdome com sua porção muscular e a face anterior com sua porção aponeurótica. Tem a sua origem: da 5° a 12° costelas (bordas inferiores). Sua inserção está na: crista ilíaca, ligamento inguinal e lâmina anterior da bainha do reto abdominal. Suas aponeuroses se unem à linha alba.
Realiza a compressão do abdômen, além de fletir e rodar o tronco para o lado oposto; auxiliando também na expiração forçada. Além disso, os oblíquos externos são capazes de direcionar as vísceras de cima para baixo pelo seu direcionamento de fibras.
São eles os responsáveis em sua contração simétrica pela diástase pois tracionam a linha alba em sentidos opostos. A contração do Transverso traciona a linha alba num direcionamento horizontal, por sua disposição de fibras.
O oblíquo externo afasta a linha alba obliquamente em sua região superior para baixo. E o obliquo interno atua na região infra umbilical tracionando a linha alba num direcionamento cefálico.
Os músculos retos do abdômen não realizam a separação da linha alba por serem paralelos a ela.
Todos os músculos largos são envolvidos por aponeuroses, ao todo seis aponeuroses, três para cada músculo. Elas saem unidas sendo em seguida redistribuídas para envolver o reto do abdômen se unindo novamente na linha alba. Essa distribuição é bem complexa.
Nos dois terços superiores do abdômen as aponeuroses que passam a frente do reto são:
E as aponeuroses que passam posteriormente ao reto o abdômen são:
Já no terço inferior do abdômen todas as aponeuroses dos músculos largos estão situadas a frente do reto do abdômen.
Essa disposição das aponeuroses não se dá por acaso. Na parte infra umbilical (terço inferior do abdômen) temos a influência da convergência de forças da contração do musculo diafragmático que é para baixo e para frente.
A contração do diafragma traciona os órgãos da pelve menor à frente, e as aponeuroses protegem esses órgãos dessa variação constante da pressão realizada pela respiração.
Logo fica fácil entendermos por que existe reforço aponeurótico à frente dos retos do abdômen na região infra umbilical. Ele é o ponto de encontro de todas as cadeias musculares do tronco. Além disso, a lordose lombar pode ser um meio de proteção dos órgãos da pelve menor as constantes diferenças de pressão respiratória.
Já nos dois terços superiores ou região supra umbilical não temos esse reforço aponeurótico superior. Portanto, a linha alba é mais frouxa o que facilita o aparecimento de diástases.
Essa frouxidão é importante para o conforto das vísceras e muitas vezes têm função fisiológica, como ocorre na gestação. Como vimos, a região infra umbilical é bem reforçada a fim de proteger os órgãos da pelve menor das diferenças de pressões abdominais empurrando as vísceras para baixo.
Logo, as vísceras que são prioridade encontram nessa folga supra umbilical o conforto de acordo com suas necessidades as variações pressóricas.
Portanto, as diástases não são fraquezas dos músculos abdominais, mas uma adaptação corporal importante entre a estática e as vísceras. (Traité d ostéopathie viscérale, Ed. Maloine)
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]]>O post Pilates para reabilitação: entenda quando usar apareceu primeiro em Janaína Cintas.
]]>Quando bem usados, seus exercícios de Pilates para reabilitação auxiliam em diversos tipos de alunos, como veremos a seguir.
Boa parte da eficiência do Pilates se deve às características únicas do método criado por Joseph Pilates. Ele usa uma série de exercícios, equipamentos e movimentos com o objetivo de melhorar o controle muscular. Por isso, sempre mencionamos que na sua prática o aluno não deve prezar pela velocidade ou quantidade de séries realizadas, mas sim pela qualidade do movimento.
Os princípios do Pilates são:
Quero focar um pouco nos princípios de controle, força e precisão porque eles significam que o aluno não deve realizar exercícios em força máxima com contração muscular excessiva como em outras modalidades. Na verdade, a força realizada no Pilates é certeira, feita somente no momento certo e na hora certa.
É por isso que ele é tão indicado para o tratamento de patologias.
Os exercícios envolvem contrações isotônicas concêntricas e excêntricas e contrações isométricas do Power House. Novamente tenho que enfatizar que a contração do Power House no Pilates não é questão de força.
Na verdade, uma boa contração dessas estruturas estabilizadoras está relacionada a tempo. Portanto, ativar o Power House no momento certo ajuda a realizar exercícios com segurança e menor compressão nas estruturas da coluna vertebral.
Além disso, os exercícios são realizados juntamente a respiração com uso do diafragma, transverso do abdômen, multifídios e assoalho pélvico. O Método realiza um importante trabalho com musculaturas profundas que são esquecidas ou mal trabalhadas em outras modalidades.
Sabemos que o Pilates pode ser usado para tratar diversas patologias e lesões. Por isso, se você está começando na área e está em dúvida sobre quais tipos de pacientes pode atender, separei algumas ocasiões nas quais sua prática é benéfica.
O Pilates para reabilitação pode ser usado em diversos momentos, e quero adiantar aqui: podemos atender uma variedade enorme de problemas musculoesqueléticos.
Para uma gestação saudável a mulher deve manter a prática de atividades físicas, apesar de permanecer sob supervisão médica. O Pilates surge como uma opção ideal para esse período delicado da saúde feminina.
Seus exercícios incluem movimentos de baixo impacto realizados com leveza e controle. Além disso, auxiliam na respiração e fortalecem musculaturas profundas do abdômen do assoalho pélvico.
Através desse fortalecimento a mulher consegue prevenir problemas comuns após a gravidez como diástases abdominais e incontinência urinária.
Já mencionei nesse blog a importância de trabalhar o Pilates com nossos alunos da terceira idade. Afinal de contas, o processo natural de envelhecimento gera uma série de problemas, que inclui perda de fibras musculares e diminuição da coordenação corporal.
Como resultado, idosos são mais propensos a quedas e sofrem muito mais com seus resultados.
Quem usa Pilates para exercitar alunos idosos já está realizando um trabalho de prevenção a esses problemas. Portanto, o Método recupera o controle corporal e postural, melhora a estabilidade e evita quedas. Ele também previne a perda muscular comum nessa faixa etária.
Em alguns casos podemos até usar Pilates para conter o desenvolvimento de doenças degenerativas como a artrite reumatoide.
Algumas vezes a patologia ou lesão é grave demais para ser resolvida somente com o tratamento conservador. Por acaso você pensava que o trabalho com Pilates estava terminado porque existe necessidade de cirurgia? Claro que não!
Praticar Pilates é excelente para quem está se preparando para uma cirurgia. Já que o Método previne que o aluno permaneça em repouso absoluto e recupera a força, mobilidade e amplitude de movimento da articulação lesionada e articulações adjacentes.
Assim, o corpo do paciente torna-se mais preparado para a cirurgia.
Após o procedimento, praticar Pilates proporciona uma volta mais rápida às atividades diárias. Além disso, ele é responsável por recuperar os movimentos articulares de maneira segura e sem danos adicionais à articulação.
Sabendo que o Pilates busca uma realização de movimentos precisos e corretos, já dá para imaginar que a postura é uma das primeiras características que corrigimos. Usar o Método para tratar desvios posturais é muito eficiente e tem ótimos resultados.
Podemos tratar problemas como escoliose idiopática, hiperlordose e hipercifose, por exemplo.
Através do fortalecimento e melhor mobilidade da coluna vertebral o aluno consegue manter uma postura correta com mais facilidade. Além disso, o método respeita as curvaturas fisiológicas da coluna e possui diversos exercícios para todos os níveis de alunos.
O Pilates já ficou bastante conhecido por auxiliar no tratamento da dor lombar. Considerando que esse é um problema que atinge boa parte da população e uma das principais causas de afastamento do trabalho, o Método é bastante relevante.
O Pilates trabalha musculaturas estabilizadoras da coluna ao mesmo tempo que mantém sua mobilidade. Ele também proporciona um ótimo trabalho respiratório e correção postural que contribuem para os resultados do tratamento.
Alguns atletas consideram que seu treinamento competitivo é o suficiente, mas estão muito errados.
Os movimentos esportivos são fontes comuns de lesões por overuse de articulações como o ombro. Além disso, a natureza de cada esporte pode fazer com que o atleta realize a maioria dos movimentos com certos grupos musculares e nem um só plano de movimento.
Trabalhar com Pilates ajuda a prevenir lesões já que ele trata desequilíbrios musculares e fortalece o corpo de maneira global. Seus movimentos também são realizados em diversos planos e eixos, garantindo a saúde das articulações.
Perceba, conseguimos utilizar o Pilates para reabilitação no tratamento de diversas patologias.
O Método é extremamente versátil e benéfico para praticamente qualquer tipo de aluno. É claro que para conseguir o máximo de seus resultados também precisamos investir numa ótima avaliação.
É através dela que você consegue compreender os principais desequilíbrios do aluno, determinar as causas da patologia e adaptar os exercícios.
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]]>O post Causas da dor lombar: por que as vísceras podem estar envolvidas apareceu primeiro em Janaína Cintas.
]]>Em muitos desses casos a osteopatia traz uma luz a respeito de possíveis causas que vão além de desequilíbrios biomecânicos. Mas, antes de explicar algumas das causas da dor lombar, gostaria de relembrar como a osteopatia explica as funções do corpo através de seus princípios.
O osteopata vê o ser humano como um todo indivisível. Nele existem as estruturas (ossos, músculo, pele, etc), cada uma com suas funções (respiratória, cardíaca, digestiva, etc).
Contudo, essas partes não são isoladas, mesmo que realizem funções diferentes. Caso a estrutura tenha harmonia não existe doença. Portanto, toda doença tem origem no distúrbio da harmonia da estrutura.
O corpo humano consegue realizar uma variedade de mudanças para se autorregular, ou seja, para reencontrar a harmonia e o equilíbrio das estruturas.
Para Still, o corpo possui capacidade de regular-se sem ajuda externa. O responsável por isso seria o que Still chama de sistema miofascioesquelético, que consegue relembrar qualquer trauma antigo.
De acordo com Still, um corpo sem obstruções nos canais nervosos, linfáticos, vasculares e com boas funções de nutrição celular e eliminação de dejetos possui tudo que precisa para se curar.
A função da artéria é enviar nutrientes para as células, portanto é essencial para o corpo. Caso ela não funcione corretamente o sistema nervoso sofre, ficando mais lento e gerando doenças com o acúmulo de toxinas.
Falamos que as alterações de um sistema afetam outros, certo? Portanto, podemos compreender que existe uma interligação entre as causas da dor lombar e problemas viscerais.
O peritônio é um saco hermeticamente fechado que reveste todos os órgãos abdominais com função de defender as vísceras e manter a cavidade abdominal lacrada.
Assim o peritônio é responsável por impedir as infecções de um modo geral. Mas isso não acontece no corpo da mulher, onde existe uma ligação com o exterior através das trompas, útero e vagina.
Além disso, existe outra função de segregar um lubrificante que facilita o deslizamento dos órgãos durante suas movimentações.
Esse líquido tende a manter-se sempre no mesmo volume, já que ele é gerado e absorvido de maneira contínua. Quando existem problemas, percebemos aumento da pressão intra-abdominal (PIA) com consequências que veremos mais tarde.
Ainda existe uma ligação direta do peritônio à camada dos músculos retos do abdômen. Eles ficam localizados sobre o estômago e descem até a parte superior da pelve. Também existem na parte posterior do tronco o que chamamos de órgãos retroperitoneais, os rins e pâncreas.
Alguns órgãos são quase completamente envolvidos pelo peritônio, são eles:
Também temos órgãos que são completamente envolvidos:
Os dois grupos de órgãos são chamados de órgãos intraperitoneais.
Precisamos observar o fígado quando avaliamos um aluno. Afinal de contas, é a maior glândula do corpo e realiza funções essenciais.
O fígado é capaz de executar mais de 500 funções, ou seja, é muito importante. Ele está do lado direito do abdômen, acima do mesocólon transverso.
O órgão é bastante sensível. Quando ele sofre um aumento (hepatomegalia), o sistema musculoesquelético se adapta para acomodá-lo e diminuir a tensão.
Também acontecerão alterações de pressão no tronco, como:
Como resultado teremos um padrão respiratório alterado e o surgimento de uma lordose nesse segmento vertebral. Além disso, teremos uma inclinação à esquerda por causa do relaxamento muscular.
A concavidade eleva mais o hemitórax direito, afastando-o das costelas inferiores. O tórax realiza adaptações com um giro para a direita criando uma gibosidade posterior à esquerda.
O primeiro passo para corrigir o problema lombar é resolver o problema do fígado. Apesar disso, ainda precisamos solucionar as adaptações musculares realizadas pelo corpo com fisioterapia ou Pilates. O tratamento envolve correção dos padrões de movimento e a ativação muscular errônea.
O estômago é uma extensão do tubo digestivo que fica entre o esôfago e o intestino delgado. Esse órgão se localiza na parte central esquerda do abdômen.
A parede do órgão possui uma camada oblíqua extra de músculo liso no interior de uma camada de musculatura estriada que ajuda nos movimentos digestivos. Recobrindo a parte interna do estômago existem glândulas que liberam secreções para a digestão.
Quando existe uma patologia de origem inflamatória o estômago gera uma força centrífuga. Assim ele empurra o tronco para trás e o roda para a esquerda. Na cicatrização de uma úlcera, por exemplo, ele gera uma força centrípeta que traciona o tronco para a frente e o roda para a direita.
O baço se encontra na parte superior esquerda do abdômen e passa obliquamente por trás do estômago. Mas sua ligação mais íntima é com o diafragma.
O baço é um reservatório de hemácias para o corpo. Além disso, ele é bastante frágil a traumas. Os principais problemas musculoesqueléticos ligados a ele na verdade acontecem pela falta do baço.
Quando esse órgão é retirado cirurgicamente é possível encontrarmos uma teia de cicatrização ruim que eventualmente pode ser o motivo das causas da dor lombar.
A principal função dos intestinos no sistema digestório é absorver nutrientes. Sua anatomia se divide em:
O cólon é a porção do intestino grosso que parte do ceco e segue até o reto. Uma de suas porções, o mesocólon transverso, possui uma ligação com o diafragma. que realiza uma pompage quando abaixa e auxilia nos movimentos peristálticos.
O intestino possui a função de excreção de fezes, mas também realiza o controle de nossas emoções e está relacionado ao aumento da PIA. Quando não eliminamos as fezes a PIA aumenta. Assim, a contração do Power House sofre alterações, agindo para piorar o aumento da pressão.
Quando a PIA está alta, os movimentos peristálticos do intestino pioram. Por isso, gosto de incluir ao fim das minhas aulas o uso do abdominal hipopressivo. Assim conseguimos normalizar a PIA que sofreu alterações por causa de problemas que mencionamos aqui.
O aumento da PIA também piora a função do sistema digestivo, diminui a produção de serotonina e aumenta as dores e indisposição. Portanto, precisamos trabalhar com cuidado com indivíduos constipados.
O intestino ocupa praticamente toda a região da metade inferior do tronco, então devemos estar muito atentos a ele. Por isso, é uma das maiores causas da dor lombar visceral.
Um aumento da PIA gera, consequentemente, aumento da lordose lombar. Dessa forma, músculos que protegem a pelve ficam relaxados e alteram os vetores que transitam por ela.
Além disso, gera um aumento de pressão sobre os discos intervertebrais e maior ativação dos isquiotibiais.
As alterações mantém o equilíbrio postural, algo que Vladimir Janda chama de síndrome cruzada. A ativação dos isquiotibiais aumentam a tensão nos quadrados lombar e o cisalhamento da sacro ilíaca.
Se existir uma força centrípeta, as alças intestinais tracionam as vértebras lombares em direção ao seu ponto de fixação. Isso pode acontecer por causa de aderência entre as alças intestinais. É um caso comum em mulheres com endometriose e leva ao desenvolvimento de uma antero-listese em casos mais graves.
O aumento da PIA durante a prática esportiva ou de exercícios físicos acontece facilmente se nos esquecermos das vísceras. Alunos com a PIA aumentada já são bastante comuns em nossas aulas, então é preciso atenção. Em alguns casos, uso a hipopressiva para a diminuição da PIA.
Assim conseguimos um alongamento excêntrico do diafragma. O método também ajuda a abrir as costelas através da ativação do Serrátil, o que aumenta a área e diminui a pressão.
Os rins ficam na parte posterior do abdômen. O rim direito geralmente é menor e fica um pouco abaixo do rim esquerdo. Eles se movimentam para baixo e para cima de acordo com o ato respiratório. As anomalias mais comuns são:
Os rins estão localizados diretamente abaixo dos quadrados lombares. Portanto, se um estiver ausente por qualquer motivo, o organismo gera um tecido cicatricial para compensar esse espaço vago.
O tecido cicatricial tem uma formação confusa que gera fibrose. A tensão então é transmitida aos músculos quadrados lombares.
Também é possível que a tensão renal acontece porque o indivíduo ingere pouca água, usa anabolizantes ou possui cálculos renais.
Primeiramente, teremos uma lordose na altura do rim direito que leva a um aumento de tensão nos paravertebrais. O esquema de adaptações acontece diante de uma força centrípeta cicatricial, não para melhorar o conforto do órgão.
O tronco se inclina para a direita, o que gera uma concavidade nesse lado pela tensão muscular. O esquema de adaptações direciona toda a força para o quadril esquerdo, que é o ponto fixo.
O quadrado lombar do lado esquerdo fica em máxima tensão e ele a asa ilíaca esquerda. Isso gera tensão no reto femoral esquerdo.
Além disso, encontramos alterações na patela, que causam patologias no joelho esquerdo.
Com toda essa tensão no quadrado lombar, as últimas costelas do hemicorpo esquerdo são atraídas para baixo. Assim, a força de cisalhamento aumenta inúmeras vezes na região.
O endométrio é uma mucosa que recobre a parede interna do útero, mas em pacientes com endometriose cresce em outras regiões do corpo.
Isso acontece na região pélvica atingindo regiões como ovários, intestino, reto, bexiga e peritônio. Também é possível que afete outras regiões do corpo.
O primeiro sintoma da endometriose é a dor pélvica. Geralmente, a dor vem associada ao ciclo menstrual, mas também pode ocorrer na fase ovulatória.
O aumento de volume no útero durante o ciclo menstrual e com focos de endométrio levam a adaptações posturais. O corpo precisa acomodar esse volume na pelve menor, criando uma força centrípeta pelas aderências dos focos de endométrio.
O aumento do útero aumenta a PIA, mesmo durante a fase da ovulação fisiológica.
Pelo fato do útero ser posicionado na pelve menor, as adaptações geram um fechamento dos ilíacos. Assim, teremos músculos oblíquos do abdômen e adutores com uma tensão maior.
É assim que acontecem muitos casos de dor lombar pré-menstrual, que é acentuada pela tensão renal que acontece com a retenção de líquidos no período.
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]]>O post Biomecânica do Pilates: principais exercícios e equipamentos apareceu primeiro em Janaína Cintas.
]]>Os estudos dos movimentos baseados no corpo estático já nos proporcionaram um grande conhecimento sobre os ligamentos, músculos, ossos e várias estruturas corporais. Contudo, exploramos pouco da biomecânica do Método Pilates até hoje.
Por isso, quero mostrar a importância da biomecânica dos movimentos realizados dentro do Pilates e como eles influenciam diretamente a saúde do seu aluno. Vamos lá?
O Spine Strech Forward tem como objetivo a mobilidade da Coluna Vertebral.
Quando realizado corretamente, o comando solicita o enrolamento de toda coluna, entretanto exige alguns cuidados:
O enrolamento ocorre em sentido caudal, gerando leve inclinação da pelve em direção do umbigo. Na fase 4 do movimento deve-se observar na coluna um C perfeito e profundo. Já durante a expiração solicitamos a descida do esterno e das costelas. Caso seu paciente possua frouxidão ligamentar de cotovelos, solicita-se o acionamento do conjunto bíceps/tríceps para não sobrecarregar as articulações epicondilares.
Devemos solicitar o mesmo nos joelhos: a ativação do conjunto isquiotibiais/quadríceps com o objetivo de não sobrecarregar os ligamentos posteriores dos joelhos, já mandando uma informação aferente ao Sistema Nervoso Central da propriocepção correta dessas duas articulações.
Solicita-se ainda o afastamento das costelas inferiores das asas ilíacas, promovendo um alongamento excêntrico dos quadrados lombares e multífideos; muita observação para não haver linhas de quebra no movimento fundamental do tronco.
Um bom comando para dar ao nosso aluno é de que ele imagine que entre sua lombar e sua coluna torácica exista uma barra. Portanto, ele deve sobrepujar essa barra com sua coluna torácica. Ou seja, sem a retificação da coluna lombar, não podendo aproximar seus membros inferiores do abdômen. Por fim, os pés flexionados e a solicitação do deslocamento dos calcanhares para frente fecham a cadeia, com acréscimo da abdução dos MMII. Alonga também os opositores adutores: magno, médio e pequeno.
O aluno não poderá de forma alguma sentir o alongamento nos isquiotibiais. Aí segue uma dica minha de orientação aos instrutores! Devemos sempre nos orientar pelo nome do exercício em si, já que ele tem muito a nos dizer. Spine Strech, em sua tradução, alongamento da coluna e não alongamento dos isquiotibiais.
Cuidado para não realizar o imprint lombar durante a execução do exercício, no decorrer da pratica do Spine Stretch temos que descomprimir ativamente ao máximo as vertebras lombares, como se estivéssemos ultrapassando uma barra.
Lembre-se que a cadeia de extensão gera alongamentos enganosos e poderemos encontrar possíveis encurtamentos durante a execução desse exercício.
O aluno inicia na seguinte posição:
As mãos se encontram diretamente sob os ombros, empurrando o chão e não caindo sobre ele. Portanto, deve ativar o serrátil anterior a fim de abduzir a escápula, atentando-se sobretudo para que não observemos o aparecimento de uma escápula alada. Afinal de contas, a incapacidade de estabilizar as escápulas diminui potencialmente o valor deste exercício.
Depois, estenda um dos membros inferiores ativando os músculos do glúteo máximo e isquiotibiais, mantendo estabilidade pélvica, através da contração do transverso do abdômen, oblíquos interno e externo e reto abdominal.
Realize uma extensão vigorosa do quadril com um dos membros inferiores, mas curta, repetida por três vezes.
Retorne à posição inicial com os músculos iliopsoas e reto femoral controlando o apoio do pé novamente ao solo. Dessa forma, troque de perna e repita o movimento com o membro inferior oposto.
Durante o exercício o tornozelo estará com o tibial anterior ativado para a dorsiflexão, o quadríceps manterá a extensão do joelho e o tríceps braquial irá manter a extensão do cotovelo.
A posição inicial para o Jumping é feita com o aluno em decúbito dorsal com seus joelhos e quadril em flexão, o ante pé deve estar apoiado na plataforma do Reformer, os membros superiores estarão apoiados no carrinho ao longo do corpo.
O aluno realizará saltos através da extensão do quadril e joelhos com os pés em flexão plantar.
Para empurrar o carrinho o aluno deve ativar os isquiotibiais e os glúteos, além do tríceps sural, tibial posterior, fibulares e flexor longo do halux e a volta deverá ser amortizada pelos quadríceps.
O mais importante do Jumping é ensinarmos nosso aluno a saltar, porque muitos adultos não conseguem realizar essa volta sem sobrecarregar as articulações, e sendo assim, não aproveitam a energia cinética a seu favor.
Esse exercício é fundamental para que eles aprendam a utilizar a energia cinética em suas atividades diárias, como marchar, correr, subir e descer escadas.
Existem, inúmeras variações do Jumping que podemos realizar com um único membro inferior, com abduções rápidas, na posição do Frog dentre outras. Para cada variação o aluno usara músculos específicos já descritos anteriormente.
Podemos ainda deixar o Reformer com a mola de menor resistência. Dessa forma, a volta do carrinho será lenta dando prioridade aos músculos abdominais, além da propriocepção para toda a unidade dos membros inferiores – é importante manter as últimas costelas longe das cristas ilíacas e respeitar a pelve neutra.
Sugiro um trabalho proprioceptivo, da seguinte maneira, deixe todas as molas para dez repetições, e vá retirando uma mola a cada dez saltos.
O aluno inicia o Monkey em decúbito dorsal voltado para a barra torre com o quadril e joelhos em flexão, os ante pés e as mãos estão apoiados na barra torre, mantendo os punhos neutros.
O exercício consiste em realizar a extensão do quadril com os isquiotibiais e joelhos com os quadríceps, as mãos não podem soltar a barra torre, e nem tão pouco perder sua organização escapular (ombros decoaptados e os olecranos internos dos cotovelos voltados internamente, sem que ocorra o desalinhamento das mãos).
Todo o conjunto de ações organizadoras partem do ombro, portanto, nosso aluno deve também ser capaz de manter uma contração efetiva nas axilas, parecida com aquela força que fazemos para segurar um termômetro quando estamos mensurando nossa temperatura corporal.
Começamos essa ativação através do Serrátil para alunos retificados levando o ar da inspiração até as costas, já para os alunos hipercifoticos, solicitamos que direcionar o ar da inspiração ao peito.
Com a mesma posição dos cotovelos solicitamos guardar as escápulas nos bolsos das calças, e então, a partir do acionamento iniciamos o movimento proporcionando o enrolamento da coluna vertebral.
Além de ser um excelente exercício para flexibilização da coluna, há também o alongamento dos isquiotibiais, tríceps sural, tibial posterior, fibulares longo e curto dos dedos e os flexores longo do halux e dos dedos.
Podemos dificultar o exercício com o incremento de carga (EPOL) através do acréscimo de molas que partem da direção vertical (de baixo para cima) e do módulo inclinado. Ou podemos facilitar colocando molas que devem partir da direção vertical (de cima para baixo) e também de módulo inclinado.
No Reformer lidamos com várias forças físicas atuantes, quando falamos das molas existentes embaixo do carrinho estamos lidando com a Energia Potencial Elástica (EPOL).
Ao esticarmos uma mola ou um elástico, sabemos que quando soltarmos ele tenderá a voltar a sua posição neutra (ou comprimento inicial). Isso acontece devido a energia que fica armazenada na mola, na medida em que ela é esticada ou comprimida.
A esta energia damos o nome de Energia Potencial Elástica que representamos pela seguinte fórmula física: Epol = k.x² dividido por 2.
É claro que a Epol pode ser uma forca somatória, logo quanto mais molas posicionamos embaixo do Reformer mais difícil irá ficar o exercício.
O reformer é também reconhecido fisicamente como uma máquina de força simples, que se utiliza de roldanas para facilitar a execução de um trabalho (energia). A roldana do Reformer é acionada por uma corda que está posicionada num eixo central, transferindo movimento e energia para o exercício que se deseja realizar.
Com as roldanas lidamos com dois tipos de forças:
Na roldana fixa do Reformer o eixo central é preso ao suporte de tal forma que se estabeleça um equilíbrio entre as duas forças. Dessa forma, a força potente (P) e a força resistente (R) são iguais: P=R
Uma roldana fixa como a do Reformer facilita a realização de um esforço por mudar a direção da força que seria necessária. Para facilitar o trabalho que no Reformer puxamos para baixo, as roldanas fixas somente alteram a direção e o sentido da força, sem alterar a força aplicada, somente modifica sua direção deixando-o mais cômodo, ou seja, inverte o sentido da força de cima para baixo numa das extremidades da corda, a polia transmitirá a carga para levantá-la com uma força de baixo para cima.
Ou seja, no Reformer quando realizamos um exercício onde aproximamos o carrinho da roldana abaixando a extremidade da corda com as alças do Reformer em nossos pés, o exercício não se torna mais difícil, porém com a inversão de força realizada pela roldana, é muito mais confortável realizarmos esse exercício no Reformer, pois o faremos com os isquiotibiais, do que realizarmos no solo, onde faríamos com a força dos retos abdominais, pela inversão das forças realizada pelas roldanas.
Joseph Pilates acreditava que realizar exercícios na posição horizontal eram úteis no alívio do estresse e tensão das articulações, no alinhamento do corpo e mudando as forças gravitacionais nas várias posições. Aliás ele sempre começava suas aulas com o aluno deitado, pois seguia a lógica dos movimentos que realizamos durante o dia, acordamos deitados.
O Reformer é a peça central e o primeiro aparelho desenvolvido por ele.Tradicionalmente, existem mais de 100 movimentos criados para este aparelho.
Segundo Pilates, ao treinar com uma carga externa (molas do Reformer), o movimento humano tornar-se-ia mais eficiente e harmonioso para quando retirássemos a carga, ou seja, na sua condição habitual. Além disso, a resistência oferecida incentiva uma adaptação mais rápida do sistema neuromuscular. Lembrando sempre que os aparelhos podem facilitar ou dificultar os exercícios.
Originalmente, Pilates chamou a máquina Universal Reformer. Reformer porque “reformava” todo o corpo e “universal” pois poderiam ser feitos todos os movimentos possíveis de se imaginar (todos os planos de movimento).
Diz também a história, que esse equipamento teve como inspiração uma cama à qual Pilates adicionou molas, com o intuito de reabilitar soldados feridos na guerra.
O Cadillac é uma máquina física com uma única forca atuante que são as forças elásticas (EPOL).
O importante são os vetores, mas não é necessário sabermos calcular as forças vetoriais existentes no Cadillac através das assustadoras fórmulas de Pitágoras. Nem temos tempo de fazê-los durante nossa aula, mas é necessário saber que os vetores existem e como podemos nos aproveitar deles da melhor maneira possível em nossas aulas. Portanto basta entendermos a Biomecânica do Pilates para sabermos o principal músculo do movimento, seu direcionamento e onde a mola do Cadillac deve estar.
Já que estamos diante de vetores que partes das barras laterais, superiores ou inferiores do Cadillac, os vetores ocorrem em forma de paralelogramo sendo muito tranquilo e descomplicado o manuseio e a perfeita vetorização para realizarmos.
Entendendo as forças vetoriais, vetores nada mais são do que grandezas vetoriais versus grandezas escalares.
Vetor é um ente matemático que possui: intensidade ou modulo, direção e sentido:
A direção pode ser horizontal ou vertical e o sentido pode ser para a direita ou para a esquerda, o módulo ou intensidade é igual a 10 Newtons (N).
A grandeza vetorial precisamos de intensidade, direção e sentido (ex: forca, deslocamento, velocidade).
Os vetores podem ser iguais de mesmo módulo, direção e sentido, vetores opostos são os de mesmo módulo, mesma direção, porém sentidos opostos. Lidamos com os dois tipos de vetores, dependendo do sentido da mola, vou explicitar melhor para vocês:
Quando temos um sistema quadriculado que é o caso do Cadillac com suas barras horizontais e verticais estamos diante de um sistema de soma de vetores dentro do método poligonal, portanto, calculamos a forca resultante dos vetores através da formula de Pitágoras. A soma dos quadrados dos catetos é igual a hipotenusa ao quadrado, usamos essa formula quando estamos diante de ângulos de 90 graus, que é na maioria das vezes o caso dos exercícios no Cadillac.
A palavra Cadillac evoca luxo, inovação, conversível e com muitos extras que todo carro de grande porte pode oferecer. E não é à toa que Joseph Pilates chamou um de seus equipamentos de Cadillac.
É o maior e mais completo equipamento que ele criou: existem vários acessórios para braços e pernas, molas e barras de suspensão, que tornam este equipamento muito completo e versátil.
O Cadillac possibilita um treino específico, quer no âmbito da reabilitação, quer como preparação física de sedentários ou atletas. Mais utilizado em estúdios de treino personalizado ou individuas e é indispensável um grande conhecimento por parte do instrutor no manuseio desse aparelho.
Também é dos equipamentos mais comuns nos studios de Pilates ministrados por instrutores qualificados. É um grande equipamento de Pilates, que intimida à primeira vista, mas que é muito benéfico para trabalhar todo o corpo.
Ele foi criado com o objetivo de ajudar pacientes acamados e possibilitar que pudessem fazer um treino apenas deitado ou sentado. Além de ser fundamental para pessoas debilitadas, com idade avançada, portadores de dor, é também um aparelho essencial para alunos iniciantes com o intuito de ensinarmos os enrolamentos ou simplesmente para limparmos e aprimorarmos movimentos que mais tarde serão usados para exercícios mais elaborados.
O primeiro Cadillac era um colchão com molas que se assemelha a um instrumento de tortura medieval. Permite o fortalecimento dos músculos, produz flexibilidade e mobilidade da coluna, bem como, tonificação muscular dos membros superiores e inferiores.
O treino no Cadillac combina os benefícios de um treino realizado no solo com a tensão das molas. O aparelho é frequentemente usado para as pessoas que não conseguem fazer com facilidade os exercícios de chão; por isso, o Cadillac pode ser usado no âmbito da fisioterapia em pessoas com mobilidade reduzida, pois as molas dependendo de seu posicionamento vetorial pode facilitar muito os exercícios praticados no solo, assim como também pode dificultar bastante.
Se soubermos tirar o melhor da biomecânica do Método Pilates no Cadillac as melhoras serão significativas. .
Cerca de 100 anos se passaram desde que Joseph Pilates o implementou em seu Método. Apesar da sua forma original envolver exercícios realizados no Mat, os equipamentos foram rapidamente introduzidos na rotina de quem praticava Pilates.
Acima de tudo, sua principal função é proporcionar oportunidades de trabalhar com maior resistência contra o corpo. A chair oferece um trabalho de fortalecimento da parte superior do corpo (pescoço, braços, ombros), bem como, da parte inferior (glúteos e pernas).
A cadeira apelidada de “cadeira maravilha” faz realmente maravilhas pelo seu corpo, ela favorece o fortalecimento da metade inferior do tronco.
Embora o projeto da cadeira seja relativamente simples, existe uma infinidade de exercícios que podem ser realizados nela, os exercícios são diferentes, pois as molas formam um ângulo de 90 graus com a parte posterior da cadeira no sentido contrário ao exercício, diferentemente do Reformer e do Cadillac, sendo aplicada na cadeira o mesmo tipo de resistência da EPOL, na Cadeira para calcularmos a resistência do movimento também necessitamos aplicar a formula matemática dos vetores de Pitágoras.
A cadeira oferece menor apoio e maior amplitude de movimento. Isto exige maior força e equilíbrio por parte do praticante. E dependendo do movimento a ser realizado, as molas dificultam ou facilitam os exercícios.
A Wunda Chair foi criada por Joseph Pilates que concebeu o equipamento a pensar num amigo que gostaria de ter um Reformer, mas que não tinha espaço no seu apartamento. O equipamento é na verdade uma espécie de poltrona (logo o nome de Chair) que se transforma num equipamento de Pilates quando deitada, tendo seu assento, removido.
Muitos dos exercícios do Reformer são adaptados para a Chair e muitos deles podem ser feitos em pé ou sentado.
Outra versão da história seria a de que Joseph Pilates teria observado manobras acrobáticas chinesas em uma “caixa”, que quando virada, transforma-se numa cadeira. E a base dessa história seria a preocupação de Pilates de como deveríamos sentar e deitar corretamente, e por isso, teria começado a pensar num mobiliário que fosse conhecido de uma coluna saudável.
Embora a cadeira tenha sido projetada há cerca de um século atrás, nos dias de hoje tem uma enorme popularidade nos studios de Pilates.
A Chair possui um assento espaçoso com enchimento de espuma, pedais ligados a molas de diferentes tensões e estruturas de aço.
Comparativamente aos exercícios de solo, a cadeira oferece um treino diferente, nem mais fácil, nem tão pouco, mais difícil, funciona como um estimulo diferente, logo gerando sensações cinestésicas diversas.
Como profissionais do movimento é imprescindível que tenhamos domínio da Biomecânica do Método Pilates, pois só conhecendo a mecânica dos exercícios e dos equipamentos utilizados que iremos conquistar resultados mais objetivos e eficazes.
Nunca se esqueça, a falta de movimento sempre é curada com o movimento!
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]]>O post Síndrome do piriforme: como tratar com Pilates apareceu primeiro em Janaína Cintas.
]]>Geralmente ocorre porque existe atividade excessiva ou lesão local do músculo. Essa é uma doença neuromuscular que causa:
Na região das nádegas e ao longo do trajeto do nervo ciático através do membro inferior. É claro que, para tratar a condição, o profissional do Pilates precisa compreender suas causas, formação e biomecânica. Por isso, trouxe esse guia explicativo sobre a patologia para conseguirmos prestar melhor atendimento a nossos pacientes. Continue lendo para entender!
Aproximadamente 17% das pessoas podem ter uma alteração anatômica que, em alguns casos, leva ao surgimento da síndrome do piriforme. Assim o nervo ciático pode atravessar o músculo ciático e não simplesmente por baixo dele. Além disso, a patologia é frequente em:
A Síndrome do Piriforme é uma causa comum de dor na região lombar e membros inferiores, mas seu diagnóstico nem sempre acontece rapidamente. Como as causas são incertas, muitos profissionais acabam imaginando que a dor surgiu por outro motivo e só chegam na síndrome por eliminação conforme o tratamento não traz resultado.
O musculo piriforme é um músculo plano e achatado que fica à frente da cifose sacral. O piriforme está entre o musculo glúteo mínimo e o musculo gêmeo superior. As cifoses possuem músculos planos e chatos localizados em sua parte anterior. Por serem curvaturas de menor mobilidade, e, portanto, necessitarem de maior estabilização, possuem um formato piramidal, inclusive ganham seu nome dessa forma.
O piriforme tem sua origem na face anterior do sacro dos primeiros ao quarto forame sacral. Ele surge do ligamento sacro isquiático, seguindo em seu trajeto de direcionamento de fibras para fora e para a frente passando pela fissura isquiática para inserir-se no trocânter maior do fêmur. A fissura isquiática possui dois forames: Supra piriforme e Infra piriforme. Em conjunto, eles abrigam a passagem do músculo piriforme através dos forames isquiáticos.
O forame isquiático maior é composto pela passagem do piriforme pelo forame isquiático maior, unindo o piriforme do sacro ao fêmur, dividindo assim o forame isquiático maior em outros dois forames, conforme já citado. Pelo forame supra piriforme conformam-se:
Já pelo forame infra piriforme seguem:
Compreender anatomicamente o plexo lombo sacral é essencial para entender as disfunções que podem acometer o campo inervatório da região. Segundo Cruz et al os distúrbios que acometem o plexo lombo sacral e seus segmentos podem resultar em:
Para Aumuller et al, 2009, a formação do plexo lombo sacral, se dá pela participação dos ramos ventrais dos nervos espinhais de T12 até S4. Antes de atingirem seu território final de inervação, os ramos ventrais dessa inervação trocam fibras nervosas com os remos ventrais dos nervos espinhais mais superiores e inferiores. Assim, realizam um grande intercâmbio e emaranhado de fibras nervosas, dando origem ao plexo lombo sacral. As fibras do plexo lombo sacral inervam a parede do abdome, do assoalho pélvico e dos membros inferiores.
Por sua descrição topográfica, dividimos o plexo lombo sacral anatomicamente em duas porções: o plexo lombar e o plexo sacral.
Em sua formação, o plexo lombar possui os ramos ventrais dos espinhais de T12 a L4. Com relação à sua localização, em sua porção maior o plexo lombar está na parede posterior do abdômen. Ele é disposto dorsalmente às fibras do músculo Psoas maior e ventralmente aos processos transversos das vértebras lombares (Gray e Goss, 1988). Apenas seus ramos terminais estão por entre as fibras do músculo Psoas maior (Laterjet e Liard, 1996).
Sua constituição anatômica pode apresentar variações, mas, a princípio, sua formação ocorre da seguinte forma.
Em sua formação no plexo sacral estão os ramos ventrais dos nervos lombares L4 e L5. Fundidos, os ramos formam o tronco lombo sacral, que unidos aos nervos sacrais de S1 a S4, darão originem o plexo sacral. Os ramos dos nervos que compõem o plexo apresentam ainda uma divisão anterior e posterior. No tangente a sua topografia, o plexo sacral encontra-se junto à parede póstero lateral da pelve, entre o músculo piriforme e os vasos ilíacos internos. E posteriormente suas fibras emergem através do forame isquiático maior em direção à região glútea.
Já o forame isquiático maior é dividido em dois forames: o supra piriforme e o infra piriforme. Essa divisão ocorre através do músculo piriforme que atravessa o forame isquiático maior, de maneira a dividi-lo.
O nervo ciático ou nervo isquiático é o mais longo e de maior calibre do corpo humano. Ele emerge por diversos ramos nervosos na coluna vertebral, principalmente das duas últimas vértebras lombares (L4 e L5) e dos três primeiros nervos sacros. Dessa forma, ele caminha para o centro das nádegas, face posterior da perna e se divide na parte posterior do joelho em dois ramos: um interno e outro externo.
O nervo ciático está envolvido nas ciatalgias sendo responsáveis por algias e parestesias. Os sintomas podem se estender ao longo de todo o seu traço: desde as nádegas, coxas, pernas, pé e dedos. Por isso, é comum confundir a ciatalgia com uma síndrome do piriforme.
Conforme observamos anteriormente, anatomicamente o músculo piriforme tem sua localização muito próxima a um complexo emaranhado nervoso. Isso dificulta muitas vezes seu diagnóstico preciso, podendo ser a síndrome do piriforme facilmente confundida com uma compressão ciática. A diferenciação diagnostica se dá pelo trajeto da dor.
Uma crise de ciatalgia pode ser desenvolvida por uma dor lombar já que os ramos do ciático surgem de L4 e L5. Uma de suas características marcantes é a dor que segue o trajeto do nervo. No entanto, na síndrome do piriforme a dor referida é sentida como uma dor profunda nas nádegas.
Contudo, fique atento porque um diagnóstico não exclui o outro! Podemos perfeitamente encontrar um aluno com ambos os distúrbios. O músculo piriforme pode ser fonte de vários problemas devido a sua localização anatômica.
O piriforme costuma ser classificado como um extensor, abdutor e rotador lateral do quadril. Contudo, precisamos admitir que essa é uma visão um tanto simplista para um músculo tão profundo e de localização um tanto estratégica. O corpo humano possui:
Dessa forma, pense bem na função do piriforme; será que um músculo originado na face interna do sacro e que vai até o trocânter maior do fêmur teria essas funções? Além disso, ele possui poucas fibras e diminuto torque. Proponho a vocês uma análise mais aprofundada do músculo piriforme. Conforme falamos, o piriforme verticaliza o sacro por tê-lo como ponto fixo em sua região proximal e por estar transversalmente e levemente inclinado em direção ao trocânter maior. Já quando de encontro à força de reação ou força solo sua função é distribuição de força ascendente na articulação sacroilíaca através da articulação coxofemoral.
Ele posterioriza o ilíaco junto aos potentes abdominais e isquiotibiais. Sob o efeito das forças ascendentes e descendentes ele afasta as asas inferiores do ilíaco, essencial para a marcha. Já que os ligamentos não têm propriedade contrátil é o piriforme que protege a pelve de todas essas forças. Portanto, ele aproxima a parte inferior do sacro ao ísquio, tendo essa ação completada pelo músculos isquiococcigeo. Além disso, estabiliza a pelve junto ao glúteo máximo.
Contudo, devido a sua localização mais profunda, e por estar em intima relação com os ossos, é o primeiro solicitado para essa nobre função. Em sua função distal o piriforme, é o responsável por opor-se à subida da cabeça femoral quando os músculos glúteos médios realizam a abdução do quadril. Inicialmente, ele tende a elevar a cabeça femoral de encontro ao acetábulo. Dessa forma, o piriforme, assume duas funções importantes biomecânicas.
Ele é o responsável pela centragem da cabeça do fêmur no acetábulo e por coordenar junto ao glúteo médio a qualidade do movimento de abdução do quadril, em ação concêntrica. Em excentricidade o piriforme será o grande opositor a extensão exagerada do quadril, tornando-se um flexor. Portanto, o piriforme é fundamental para um bom funcionamento de quadril.
Percebemos sua verdadeira ação proprioceptiva e coordenadora dos movimentos do mesmo. Para tanto, se faz necessário que os glúteos estejam funcionando dentro de sua fisiologia normal. Uma vez contraturados, por ser o piriforme um ligamento ativo circundado de inervações importantes, estaremos diante de importantes disfunções do quadril.
Conforme citado, caso o quadril esteja fora de sua fisiologia de movimento, com glúteos extremamente contraturados ou tensos, os ilíacos seguirão aos mandatos de outros músculos, que podem ser:
Os adutores e oblíquos do abdômen gerando um fechamento ilíaco, colocando o musculo piriforme em tensão máxima, pois conforme citado o mesmo é fundamental para manter a asa ilíaca em sua parte inferior próxima.
Agora que já conhecemos a anatomia e a biomecânica do quadril perante o musculo piriforme, discutiremos a síndrome em si já que diagnóstico e definição faz-se até os dias e hoje confusos, desde sua descrição inicial em 1928. Alguns autores afirmam ser a síndrome do Piriforme é a inflamação do nervo ciático ou ciatalgia, a mesma disfunção.
Portanto, elas não possuiriam distinções clínicas, talvez pelo fato da origem das dores serem muito próximas, os sintomas muito parecidos e por não existir exames específicos para a diagnóstico diferencial, que se faz puramente clinico. Isso gera grande margem para interpretações ambíguas. Para outros autores, a síndrome do piriforme consiste em uma importante causa de dor na região glútea.
Portanto, ela aconteceria devido a uma inflamação mecânica causada no nervo ciático, decorrente do aumento de tensão, encurtamento ou espasmo do músculo piriforme. O fator mais estudado atualmente, mas ainda não aceito totalmente pela comunidade cientifica está na variação anatômica que o piriforme apresenta em alguns indivíduos.
Esta variação se traduz ao fato de que na maioria da população, o nervo ciático passa imediatamente abaixo do músculo piriforme. Todavia, em uma pequena parcela da população, aproximadamente 17%, o nervo ciático passa engendrado pelo musculo piriforme, aumentando substancialmente a predisposição para o aparecimento da síndrome.
Somente em 1947 a síndrome do piriforme foi descrita com maiores esclarecimentos na literatura, por Robinson, nomeou a patologia de síndrome, pois relatou seis características inerentes aos quadros clínicos:
Como toda síndrome, uma avaliação clínica correta e completa é de grande valia para o exímio diagnostico. Visto que a síndrome do piriforme pode ter relação com diversas alterações. Diagnósticos diferenciais comuns incluem:
Até o presente momento as pesquisas não chegaram a um consenso no que ocasiona de fato o surgimento desta patologia. No entanto, sabe-se que na metade dos casos, há histórico de traumas na região pélvica ou glútea envolvidos. O trauma vai gerar inflamação, edema e espasmo do músculo piriforme, e, por conseguinte, a compressão do nervo contra o ísquio.
Já as inflamações crônicas do musculo piriforme normalmente são consequências geradas de uma variação anatômica, já citada anteriormente.Os pacientes relatam a presença de uma dor profunda na região glútea que queima. Normalmente a dor pode acometer o membro inferior, e aumentar em intensidade na abdução do quadril.
O diagnóstico é feito com base na presença dos seis critérios descritos por Yeoman citados acima. Alguns exames de imagem como radiografias, tomografia computadorizada e ressonância magnética da coluna podem ser realizados para verificar a existência de algum tipo de lesão. Contudo, é importante ressaltar que não é possível identificar a inflamação do nervo ciático na região do músculo piriforme por meio de exames, sendo o diagnóstico, puramente clínico.
Abaixo, vamos ver agora as possíveis causas fisiopatológicas para o desenvolvimento dessa disfunção:
Talvez isso aconteça porque exagerem nos exercícios de fortalecimento de glúteos. Considerando o glúteo máximo sendo o principal músculo estabilizador da pelve este raciocínio biomecânico estaria correto não fosse o fato da existência da síndrome da amnésia glútea. Além disso, grande parte desses exercícios são realizados com os isquiotibiais, logo toda vez que prescrever um exercício de fortalecimento para o glúteo máximo certifique-se que o mesmo esteja sendo ativado. Se o mesmo estiver inibido, sua aluna o fará com os isquiotibiais.
Lembrando que os músculos isquiotibiais trazem o ilíaco em posterioridade. Eles podem gerar uma disfunção importante, que em médio prazo poderá desenvolver a síndrome do piriforme. Além, deste fator de importante desarranjo biomecânico a hipertrofia da musculatura pode resultar na compressão, e, possível, pinçamento do nervo ciático.
As variações anatômicas de 17% da população em que o nervo ciático que passa pelo ventre muscular do piriforme, esteja mais sensível, aos mecanismos de contração.
Desde quedas, chutes, estiramentos musculares, dentre outros podem desencadear a síndrome do piriforme. Alguns esportes como corredores, ciclistas e triatletas – pois esses esportes solicitam muito os músculos isquiotibiais.
Patologias e condições que causam aumento da PIA, como aumento de próstata, ou mioma, irão desalinhar os ilíacos, e colocar sob tensão seus estabilizadores.
Como sempre digo: para um bom tratamento ter êxito, sempre partimos da premissa de uma boa avaliação. Começaremos avaliando o posicionamento dos ilíacos, pois como vimos anteriormente, um ilíaco ou os dois em desequilíbrio, gerarão maiores tensões sobre o músculo piriforme. As 4 alterações do ilíaco gerarão desequilíbrio no quadril seguindo a lógica das cadeias musculares, e, por conseguinte, dor e tensão no músculo piriforme, já que o mesmo é um músculo de estabilização pélvica. Mas nenhuma intervenção direta sobre o piriforme surtira efeito caso os ilíacos estejam em desalinhamento.
Caso tenhamos uma abertura ilíaca: relaxaremos os músculos glúteo médio e assoalho pélvico. Em casos de fechamento ilíaco: relaxaremos os músculos oblíquos do abdômen e adutores. Caso estejamos diante de uma anterioridade do ilíaco: relaxaremos os músculos quadrados lombares e reto femoral. Caso o ilíaco encontre-se em posterioridade: relaxaremos os músculos retos do abdômen e isquiotibiais.
Esse relaxamento pode ser obtido utilizando-se diversas técnicas:
Mas lembre-se que estamos lidando com inervação, e que qualquer desconforto muscular causado por um alongamento estático aumenta a pressão mecânica sobre o nervo ciático, e por consequência a dor. Portanto, liberações miofasciais ou trigger points somente atingirão o objetivo da melhora da síndrome do piriforme se forem aplicadas nos músculos corretos.
Não devem ser aplicadas diretamente sobre o piriforme, pois também levarão o músculo, e, por conseguinte a inervação ao sofrimento. Além disso, podem até gerar um conforto momentâneo. Contudo, o resultado será um aumento do processo inflamatório e do espasmo muscular. Mobilizações neurais e articulares também são bem-vindas. Não sou muito adepta do trust, pois também não corrige o desarranjo biomecânico.
A partir do alinhamento dos ilíacos, as vezes por si só, se resolve, caso ainda exista resquício de dor na região. Por isso, siga procurando pelas alterações mecânicas, que ainda estarão presentes num corpo que durante um período de tempo variável, se compensou numa postura antálgica. No entanto, a melhor conduta a seguir é sempre o caminho da prevenção para a síndrome do piriforme é a manutenção dos músculos primários do movimento de adução e abdução, alongados e fortalecidos. Além disso, devemos dispensar uma atenção muito especial para os glúteos, que dentro de sua fisiologia mecânica são os maiores estabilizadores da pelve. E que por estudos recentes tem sido acusado como o principal vilão das dores lombares.
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]]>O post Dor no punho durante o apoio: como resolver no Pilates apareceu primeiro em Janaína Cintas.
]]>Talvez alguns exercícios que são problemas comuns venham à mente, mas vou fazer uma lista para refrescar a memória:
Esses movimentos são comuns, mesmo no imenso repertório de exercícios do Pilates. Algumas vezes você pede para seu aluno fazer um simples Pull Up, mas assim que ele começa a se posicionar a dor no punho já impede o movimento.
Nessa hora nem chegamos a examinar o aluno ou especular biomecanicamente o motivo dessa dor no punho. Assim que ele reclama, trocamos o movimento por outro mais fácil ou que não envolva a região dolorida.
Mas como profissionais da saúde e do movimento devemos ir além disso. Cada exercício passado deve ter um objetivo, portanto precisamos pesquisar o motivo da dificuldade à luz da biomecânica.
Conhecendo sua causa, conseguiremos usar nossas ferramentas e conhecimentos para continuar um determinado exercício para aquele aluno. Mesmo que ele não tenha conseguido executar a princípio, eventualmente ele será capaz de fazê-lo sem dor no punho.
Já que o apoio de punhos é um ponto bem evidente em nossos Studios, a queixa de dor no punho durante exercícios também é comum. Nesse texto darei algumas dicas bem simples para ajudar.
Contudo, antes de partirmos para as dicas é necessário relembrar a anatomia da mão e do punho.
Podemos dividir as articulações da mão entre:
A ligação entre a mão e o antebraço é feita através de:
A ulna, apesar de estar presente nessa extremidade articular, não se articula diretamente com o carpo. Essa interface é feita pelo menisco (disco articular do punho).
O punho é uma articulação com diversos ossos, são ao todo 15 (quinze ossos), sobretudo muito diferentes entre si, são estes:
Esses são oito ossos que ficam distribuídos em duas fileiras:
Da primeira fileira destacada em vermelho temos os seguintes ossos da esquerda para a direita: Escafóide, Semilunar, Piramidal, terminando com o Pisiforme.
Da segunda fileira de ossos do carpo, destacada em cor verde temos os seguintes ossos da esquerda para a direita:
São 5 ossos metacarpianos, numeramos eles no sentido látero-medial em: I, II, III, IV e V. Eles são correspondentes aos dedos da mão.
Esses são ossos longos que apresentam epífise proximal (a base), diáfise (corpo) e epífise distal (cabeça).
Os dedos são em cinco, como já sabemos, e articulam-se com os metacarpianos. Cada um deles é dividido em três falanges:
Mas fique atento, porque o polegar tem apenas duas falanges diferentemente dos demais.
Porque será que o punho é uma articulação tão sensível, por vezes dizer, tão fraca?
Se formos pensar é simples porque nenhum músculo atravessa a articulação do punho.
Lembremos do túnel do carpo, neste pequeno espaço temos:
Blandine, (2012), faz a representação desta área acima citada como sendo a primeira zona de apoio (mais próxima ao antebraço), compreendendo além disso, seis dos ossos do carpo.
Essa zona é aparentemente mais delicada devido a suas estruturas que são facilmente comprimidas, anatomicamente falando, podendo causar dor no punho. Além disso, a região não tem músculos para dar devido suporte em forma de coxim e a pele é mais fina. Portanto, se compararmos os punhos com outras zonas como os ísquios ou calcanhares veremos sua aparente fragilidade claramente.
Podemos analisar então a segunda zona de apoio (próxima à palma da mão)
Nesta observamos:
Essa segunda zona de apoio tem início as camadas musculares mais espessas. Portanto ela parece muito mais propícia por possuir esses “amortecedores”. Além disso, o nervo mediano e tendões não estão tão agrupados e se ramificam.
Blandine realizou também estudos com algumas divisões destas zonas de apoio, apresentando onde poderíamos descarregar mais o peso alternando o apoio. Ela dividiu a primeira zona de apoio em três camadas:
O gancho do osso hamato e/ou pisiforme nesse local está muito sensível por três razões. Em primeiro lugar, ele fica quase diretamente sob a pele. Além disso, atrás do pisiforme é onde se conecta o ligamento anular com os dois músculos intrínsecos do dedo mínimo. Em sua parte externa, passa a terminação do nervo cubital, assim um apoio mais prolongado nessa região pode desencadear formigamentos no dedo mínimo.
Aqui está o meio do túnel do carpo. Um apoio prolongado pode comprimir os tendões especialmente do segundo, terceiro, quarto e quinto dedo que estão unidos em camadas. O apoio também pode comprimir o líquido de deslizamento, facilitando um processo de desidratação das bainhas dos tendões. Portanto, também pode provocar um formigamento sobre a face palmar e os quatro primeiros dedos devido a compressão do nervo mediano.
Aqui se encontra nosso trapézio. Apoiar-se sobre esse osso é desaconselhável pois ele também está quase diretamente sob a pele. Neste osso também se fixa o ligamento anular e músculos intrínsecos das mãos. O nervo mediano passa pela região mais interna dessa parte e pode haver compressão e formigamento.
Já na segunda zona de apoio, a divisão das três camadas se dá da seguinte forma:
O osso não está diretamente sob a pele e o apoio é feito sobre as massas dos três músculos direcionados ao dedo mínimo. No entanto, um apoio muito prolongado pode também causar formigamento nessa região do dedo mínimo. Já que o nervo cubital passa por entre esses músculos ele pode ser pressionado, apesar da zona ser mais amortecida.
Nesta região a bainha dos tendões é mais ampla. O nervo mediano nesta região se divide em terminações aos dedos. Apoio prolongado pode provocar formigamentos, embora seja uma região mais segura por causa dos músculos.
Aqui, estão os músculos intrínsecos do polegar, sendo um apoio mais protetor. Mas os filetes terminais do nervo mediano passam por entre esses músculos, então podemos pensar que um apoio também prolongado e repetitivo pode provocar formigamentos.
Estamos diante de varias formas de usarmos os apoios de punho, assim não sobrecarregamos apenas e exclusivamente uma única região. Dessa maneira, podemos fazer nossos exercícios de forma mais segura, sabendo dividir as zonas a serem apoiadas sobre o punho.
Nos exercícios em que os alunos visivelmente fazem uma hiperextensão de punho*, como no Elephant, existem duas consequências:
*Lembrando que quando há esta hiperextensao de punho, o ângulo da extensão passa a cerca de 60º, ou mesmo 80º, e as dobras de trás da articulação são muito mais marcadas. O antebraço se prolonga em direção das terceiras falanges.
Como conseqüências da hiperextensão do punho, podemos ter:
Numa extensão de punho, os ossos da primeira fileira se aproximam aos da segunda fileira, isto é, numa vista posterior (dorso da mão), já na vista anterior (palma da mão) as partes anteriores dos ossos se afastam.
Na hipertensão desta articulação, esta compressão é submáxima já que o punho está em uma carga intensa.
As estruturas que passam na frente da articulação são colocadas em tensão passiva, sobretudo os elementos do túnel do carpo.
Em determinados exercícios com apoio de punho devemos observar todo o membro superior já que instabilidade do punho em muitos casos está associada de uma instabilidade do membro superior e da cintura escapular.
A hiperextensão de punho pode gerar uma hiperextensão de cotovelo e chegar nas escápulas. A força de reação do solo (força que atua do solo para o corpo) é transmitida desde a mão para todo o membro superior. Assim as escápulas podem assumir e realizar um movimento de elevação dos ombros em direção às orelhas, aproximação das escápulas e possíveis escápulas aladas.
Já entendemos um pouquinho mais sobre a estrutura da mão e como surge a dor no punho durante esses exercícios. Portanto, podemos apontar algumas dicas para evitar o excesso de peso descarregado sobre os punhos de forma errônea.
Conforme vimos, podemos diversificar entre os apoios da zona 1 (um) e 2 (dois). Na realidade, nenhuma das duas zonas são propicias para uma descarga de peso por um tempo prolongado. Se tratando de apoio para exercícios podemos inclusive alterná-los em apoiar punho ou não. Nota-se maior predileção para a zona 2 por tudo que já foi dito acima.
Ainda assim, se torna interessante variar o apoio entre as zonas citadas e entre os apoios mediais, centrais ou laterais.
Além disso, podemos lançar mão de uma jogada em relação ao peso do tronco em exercícios, como o Push Up. Nesse movimento existe um momento quando o corpo fica em posição de pés no chão, quadril ao teto e mãos no chão. Ao jogarmos mais o peso sobre os braços, fatalmente estaremos sobrecarregando mais os punhos, e ao jogarmos o peso do corpo mais para os pés, portanto diminuiremos o apoio excessivo sobre os punhos.
Em determinados exercícios, podemos fazer o apoio com a extremidade dos dedos, assim intensificaremos os músculos intrínsecos e os extrínsecos.
Também podemos juntar a ponta dos dedos da mão direita com os da mão esquerda antes de fazer o apoio. Afastamos a palma das mãos como se fosse desenhar com elas um globo. Mantemos por alguns segundos pressionadas mais vigorosamente uma contra a outra, a fim de reforçar os músculos das mãos e dos punhos.
Em muitos casos ganhamos um bom alivio em relação a pressão excessiva exercida durante os exercícios de apoio de punho.
Além disso, podemos utilizar alguns exercícios simples, rápidos e fáceis ainda com objetivo de reforçar a articulação do punho e prepara-lo. O efeito de alívio surge na mesma hora.
Vamos oferecer resistência aos músculos da articulação em seus quatro lados, ou seja:
Ao fazer o contrario, ou seja, apoiando a palma de uma mão sobre esta mão de punho cerrado e sobre o dorso desta, haverá um trabalho de reforço aos músculos extensores do punho
Após estes movimentos, alternar o posicionamento das mãos.
A fim de evitar a hiperextensão do punho no solo, por exemplo, podemos usar algum acessório do Studio, como os antiderrapantes. Até uma almofadinha pequena e fina serve de apoio sob o punho. Colocaremos então o punho sobre este coxim e manteremos a região dos metacarpos e dedos para fora.
Exemplificarei alguns exercícios do Método Pilates dando alguma dessas dicas a fim de amenizar e/ou evitar a sobrecarga do punho em apoio ao solo ou em aparelhos.
Neste exercício o desafio de estabilidade pélvica se dá com o tronco voltado para o chão, diferentemente de vários outros exercícios voltados o tronco para o teto. Dessa forma, o exercício oferece uma flexibilidade dinâmica aos flexores de quadril.
Neste exercício, podemos lançar mão do item 4 das dicas, apoiando o punho sobre um coxim formado a partir de utensílios que se tenha no estúdio ou ate mesmo uma blusa do aluno mais enroladinha e colocada sob o punho.
Exercício que proporciona grande desafio para a estabilização do tronco e da pelve uma vez que há apenas um apoio de joelho no chão e um braço entendido com apoio da mão no chão. Há grande trabalho dos flexores de coluna do lado próximo ao solo.
No Side Kick Kneeling, podemos usar as dicas do item 4 (um coxim formado para o punho) e/ou o item 2 realizando o apoio sobre a ponta dos dedos formando um côncavo com a palma da mão.
Excelente exercício de estabilização lateral do tronco, é um exercício complexo e plástico, muito bonito de ser visualizado quando bem realizado.
Para a execução do Side Band, vislumbraremos o item 4 (coxim para o punho) e/ou o item 3 (reforços musculares através de movimentos de resistência simples e rápidos de serem realizados)
Exercício que ao ser realizado com pouca mola, exige força abdominal ao retornar o carrinho e ao ser realizado com mais molas, objetiva-se o alongamento dos isquiotibiais e gastrocnêmicos ao empurrar o carrinho.
1- posição inicial: com os pés apoiados no carrinho, encostando os calcanhares nas ombreiras (caso o aluno tenha flexibilidade para tal posicionamento), ou se encostar nas ombreiras (caso o aluno não tenha flexibilidade o suficiente).
2- As mãos são posicionadas na barra do aparelho Reformer e o apoio é feito sobre elas (o punho), o tronco é posicionamento de forma que a cabeça fique para baixo, em uma pequena flexão, o quadril é projetado para longe e ao alto, como numa intensão de empinar o bumbum para o teto
3- Inspire e ao expirar afaste o carrinho afastando os pés das mãos e retorne aproximando os pés das mãos trazendo o carrinho de volta ao ponto inicial.
Para evitar e/ou diminuir a descarga de peso sobre o punho no Elephant podemos usar o item 1 (variando os apoios pelas zonas de apoio descritas) e o item 3 (fazendo o reforço muscular antes de iniciar o exercício proposto).
Além de usar algumas dicas importantes propostas pela Blandine, se faz necessário não somente quando existe algum exercício onde se tem apoio dos punhos, mas também em exercícios que utiliza o punho livremente ao estar usando os braços por exemplo, para se atentar ao posicionamento do punho, para que este não faça uma hiperextensão ao puxar uma mola ou uma barra. Portanto, buscamos sempre manter o alinhamento das articulações, seja ela qual for.
Quando estamos puxando uma barra com molas ou as alças de mão em determinados exercícios, acredito que um comando verbal interessante para ajudar o aluno a posicionar melhor seu punho seja algo como: “imagine que você está em uma moto, faça uma intenção de acelerar esta moto, mas somente intenção, sem o movimento em si”. Enfim, tudo ira depender de qual exercício proposto, qual objetivo para determinado exercício e como trabalharemos para evitar dor no punho.
O post Dor no punho durante o apoio: como resolver no Pilates apareceu primeiro em Janaína Cintas.
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